O olhar do menino acocorado sob a luz da janela não existe mais. Se apagou hoje, como era esperado há anos, mas o corpo resistiu. Mais um que se vai no rio de lágrimas causado pela maldita doença sem cura. Mais um dos amigos que, até assim, ajudam a quem saiu das catacumbas a se manter firme na luta diária para controlar a dependência. Fonso, como o chamávamos, era inteligente, sensível e gente finíssima, como a maioria dos que integram o time do signatário. Ao atravessar a linha que separa um bebedor social, por exemplo, de um alcoólatra, não conseguiu mais recuperar o controle sobre a própria vida. Acontece – e muito. Foi embora hoje em São Paulo, aos 65 anos. Descansou – e ficou para sempre, iluminado pela luz que ele não conseguiu enxergar.
😥😥😪