DIÁRIO DA PANDEMIA
(*) Daqui da gávea observo a síndica passar. Talvez seja por causa do meu ângulo de visão, mas me parece que o seio esquerdo é meio tombado para o lado, enquanto o outro encara as pessoas de frente. Nunca tinha reparado. Isso me reporta a uma viagem que fiz à Europa, e a aeromoça tinha um seio impávido que espiava os passageiros de soslaio, enquanto com o outro ela apontava as saídas de emergência no caso de uma emergência. Só que naquela época eu estava sempre ligado, e agora, sei lá por quê, recuperei por um momento um naco da minha juventude.
(*) Que pena que todos os meus filhos já não se encontram em idade escolar. Se não matriculava todos eles, inclusive as meninas, num desses colégios cívicos que abundarão em plagas brasileiras. É disso que o país precisa: de plagas, muitas plagas, todas já devidamente desmatadas onde poderemos criar nossos bois de mamão, de banana e possivelmente nossos bois de goiaba, mas aí aquele menina, vocês sabem de quem estou falando, aquela que engoiabou o Mestre, ia ter chilique, chilique cívico-militar, mas chilique.
(*) Uma coisa é certa: Quem com porcos se mistura farelo come. Estamos assistindo a um arriar geral de calças, e sempre convém assinalar que quem muito se abaixa farelo come. As coisas realmente importantes estão relegadas ao abstracionismo, enquanto a ganância campeia, e sabemos todos que quem com ferro fere farelo come.
DE REPENTE, NO ÚLTIMO VERÃO: “Todo mundo de costas, mãos na parede”.