7:48NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA PANDEMIA

(*) “Não vai acontecer de novo” – ouço o vizinho do lado dizer no meio da noite. Bastou isso para me deixar encafifado. O que será que não vai acontecer de novo? Eu me mordia de curiosidade. Não podia esperar até o dia amanhecer para fazer a pergunta que não queria calar. Então, como um mantra peguei de repetir a pergunta “o que é que não vai acontecer de novo, o que é que não vai acontecer de novo”, até o dia clarear. Agora, é esperar sentado para que não aconteça de novo, seja lá o que isso signifique.

(*) Todos os dias chegam, por mais que não queiram vir. E chegou o momento de me desapegar de Marylin. Isso, inclusive, acalmaria o cachorro, o pobre nunca engoliu aquela presença esquisita; então, poderíamos ter bons papos, o dog e eu. Coube num saco a cabeça cor de pixe. A dúvida era se a condenaria ao lixo comum ou a algum lixo especial. A dúvida se acenderia velas na lixeira foi logo descartada com a frase o que o senhor pensa que está fazendo, proferida pela síndicaPensei com meus botões: Quão tolas são as homenagens prestadas aos finados! Mas, acho que é nossa maneira de deixar a alma falar, deixar a alma dizer que nos perdoa. Ou não, como diria Caetano.

(*) Finalizando: A criação da cédula de 200 croroquinhas facilita a cuecagem como meio de transporte de animais da fauna brasileira.

FRASE ENTREOUVIDA ENTRE RAPEIZES: “Eaê, suce?”

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