Esta foto foi enviada ontem cedo para o meu amigo Ari Borges, força da natureza, alma e coração de menino que se encantou no fim da tarde, depois de um longo período hospitalizado em São Paulo. Grande jornalista, nos conhecemos nos bons tempos da revista Placar. Nos vimos poucas vezes, nos falamos outro tanto – e ficou para sempre porque muitas vezes é assim que acontece neste mundão de Deus. Ao saber que estava doente, entrei em contato até onde ele podia responder escrevendo, função em que era um dos craques que conheci na trajetória. Trabalhou na Folha de S.Paulo, Estadão, dirigiu o esporte de Rede TV e Band. Seu último contato foi apenas um c.c. depois de algumas imagens do Brasil que ele ainda queria conhecer e levar uma filha que mora no Rio de Janeiro. Os outros dois, disse, eram muito urbanos. Na foto de identificação da rede social, colocou o único neto, Victor, um guri que é a cara dele. Nas nossas últimas conversas fiquei sabendo que fomos criados em bairros vizinhos em São Paulo. Eu, na Vila Alpina. Ele, na Santa Clara. Assim é. Descanse, amigo. Amém.
Em tempo: ao saber que estava lutando pela vida, Zé da Silva escreveu um texto, aqui publicado e enviado. A resposta: “Putz. Assim choro sem vela. Zé: obrigado, de coração. Beijo”. É o que segue:
Meu amigo está no rosto do neto. Faz mais de trinta anos que não vejo ou falo com ele. Apareceu de repente sem nunca ter saído daqui do reservatório do acalanto. É bom ter isso. Meu amigo tem tanta energia que nesse tempo todo, mesmo sem pensar, sabia que ele estava fazendo coisa boa – e vivendo a vida na plenitude. A última vez que nos encontramos foi no gramado de um grande estádio de futebol, depois de um clássico. Os dois forasteiros, pois o jogo era no sul do mundo. Recortes pregados na memória. Uma vez me trouxe encomenda de Nova York. Outra vez me apresentou banda de rock. Eu a vi debaixo de um dilúvio, depois num camarote. Presentes que recebi sem ele saber. Meu amigo desconhece que sobrevivi a barras pesadas neste tempo. Agora sei que ele trava uma batalha feroz. Consegui trocar umas palavras escritas no uátizape. Foi assim que vi o neto vestido de Batman, mas com rosto de Coringa. Perfeito. Mandei foto de um pequeno veleiro na imensidão do mar e sob céu cor de rosa. Tenho ‘visages’ – e esta me apareceu para registrar e, acredito, estava ali no arquivo esperando o dia mandar para ele. Porque meu amigo é vela branca enfunada e seguindo em frente, quilha a cortar qualquer corrente contra – e sempre pronto a viver intensamente.
caro, também conheci e trabalhei com o querido ari borges….na redação da revista placar e no Estadão, ambos em são Paulo….Ari sempre foi parceiro dos bons na redação….orientava, ajudava, oferecia sua amizade….já deixou saudades….mais uma estrela lá no céu…descanse….
Zé Neto, sempre presente nos momentos certos.
Ari vai pra redação de Placar lá no céu.
Zé Betio, assim escrevi no comentário e o corretor trocou