DIÁRIO DA PANDEMIA
- Ontem falei de pizza. Uma coisa que tenho reparado é que a clientela daqui do apê não diz pitza, que é a pronúncia correta. Pedem a pizza acedilhando a letra z, e não raras vezes o atendente se enche de esperanças. Teve até o caso da senhora aqui do último andar, esqueço o nome dela, que abriu a porta para um rapaz vestindo uniforme de entregador de pizza…bom, vamos falar de outra coisa.
- Meu recolhimento perdeu a graça. O capitão e o supostamente sargento continuam a tomar banho juntos, mas sem ciciar. Isso significa que deixaram a cobra alhures. Outro assunto: A menina que me trouxe o bolo por ocasião dos meus quinze anos me bateu que não se engana mais, para meu desgáudio. E tudo indica que todos os nenês estão com suas bundinhas limpas, mesmo porque os pais sabem que dou esporro se escutar manha de criança. Tudo tranquilo e monótono. Nem uma nave espacial querendo saber quem é o líder desta zona.
- Palmeira. Eu, piazão. Dona Edde Franck, proprietária da padaria onde minha família comprava pães e quitutes. Naquela véspera de feriado, encontrei Dona Hedde à porta do estabecimento e perguntei prenhe de inocência: “Dona Hedde, a senhora vai estar aberta amanhã?” Ela levou duas horas para responder. Depois, disse: “A padaria vai”. Dona Maria Jamur, minha professora de Português, nunca ficou sabendo.
Padrella génio. Xênio.