7:40NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA PANDEMIA

  • Às vezes vou-me à janela e me ponho a berrar como cabrito desmamado. Ouvi o vizinho comentar: “É hoje!”
  • Quando o vizinho de baixo bate na mulher ela chora em ritmo de samba.
  • Vou para a cama sozinho e durmo acompanhado. Um cachorro que se mete entre as cobertas, vindo das lonjuras da infância; um burro velho que insiste em me roubar mais da metade da cama; e esta cobra que comprei no Pantanal onde jamais estive.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.