Do jornal Valor
Como consequência, atuais prefeitos e vereadores ganhariam mais dois anos de mandato
Um dos principais articuladores do chamado Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) está buscando apoio para adiar as eleições municipais para 2022. A iniciativa contraria o calendário negociado entre a cúpula do Congresso e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a proposta de emenda à Constituição (PEC) que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), deverá colocar em votação na próxima terça-feira para tentar postergar o pleito de outubro para novembro e dezembro.
Como consequência do adiamento, Nogueira sugere a extensão dos mandatos de prefeitos e vereadores em vigor por mais dois anos. O senador afirma essa é a maneira mais garantida de diminuir os riscos causados pela pandemia, especialmente aos idosos e pessoas com condições de saúde agravantes.
“A iniciativa mais segura seria, sem dúvida, o adiamento das eleições por dois anos. Isso permitiria também que o valor a ser gasto no pleito fosse destinado para o setor de saúde”, argumentou.
Nogueira e o Centrão defendem que o Congresso aproveite a pandemia de covid-19 para unificar o calendário eleitoral. Como a emenda do senador não deverá ser aceita pelo relator da PEC, Weverton Rocha (PDT-MA), que já se posicionou contra o prolongamento dos mandatos, ele precisará do apoio de outras bancadas para derrubar o texto principal na votação dos destaques, quando os parlamentares apreciam separadamente emendas que mudam artigos específicos da proposta.
Além disso, Nogueira deverá apresentar outras duas emendas. A primeira para estender o horário de votação nas eleições, que passaria a ser de 7h às 20h. As três primeiras horas seriam reservadas para os idosos ou pessoas “cuja condição de saúde possa agravar a evolução da covid-19”. Outra emenda do senador estabelece que o voto será facultativo, não apenas para as pessoas maiores de 60 anos, como já ocorre, mas também àqueles que façam parte da faixa de risco, conforme definição do TSE.
Aprovar tais medidas é aprofundar a crise quando se tem no poder políticos que surgiram de uma onda de desespero, e estes políticos não estão a altura de dar solução a pior crise de todos os tempos.
Logo teremos a vacina.
Basta agendar horário de votação, mesmo que se faça em dois dias.