por Fernando Muniz
O céu, o sol, o mar, a terra e até a noite se rebelam contra o Destruidor e seus métodos, sua tática de jogar os lobos contra os cães e todos contra todos, o tempo todo, por qualquer motivo, ou, mesmo, sem qualquer razão.
Ventos e chuva batem à porta do palácio e assustam os mais fiéis à causa; o Destruidor não tem tempo para eles e ordena que enfrentem os inimigos, de imediato. Nenhum volta do campo de batalha, engolidos pelo chão.
Olha para os seus assessores mais próximos, aqueles que se dizem prontos para o martírio e reconhece que são bons em seguir ordens, nada mais. Não sabem o que fazer contra a falta de luz, depois de tantas noites sem amanhecer, ante a recusa do sol ou do dia em iluminar as façanhas do Destruidor.
Hora de se dirigir à Nação. Mas o povo não consegue saber se o que o Destruidor diz é verdade ou fantasia, se o que está a acontecer é real ou mera produção de cinema. Acabam por trocar de canal, em massa, atrás da última etapa de um show de calouros.
O Destruidor esbraveja, ameaça e promete lançar pragas contra os inimigos, onde eles estiverem, se existirem ou não.
O povo, preocupado em sobreviver no meio dos escombros, desliga as TV´s.
O show de calouros acabou.
Sem vencedores.