15:43NELSON PADRELLA

Cazuza viveu durante a Ditadura e, numa de suas composições disse que o tempo não para. Para, sim. Reunião do Congresso Nacional num determinado dia dos Anos de Chumbo. Dia, não; numa determinada noite. Votava-se matéria pertinente, seja lá o que isso signifique. A votação de determinado lance tinha prazo até a meia noite ou o projeto se perderia. O tempo passou de repente, quando viram já era quase meia noite e nada da votação. Então, Herr General, num de seus arroubos de inteligência, mandou que parassem o relógio do Congresso. Parando o relógio, entendiam aqueles senhores que o tempo também pararia. Lá pelas tantas da madrugada, finalmente, chegou-se a consenso e aconteceu a votação do tal projeto. Cansados, suados, esbodegados, mas felizes, aqueles homens olharam para o relógio e mandaram o rapaz do cafezinho providenciar para que o tempo seguisse sua marcha.Esse episódio me traz aos dias de hoje. Hoje não se para o tempo mexendo em ponteiros de relógio. A Ignorância mostra sua estupidez e empurra o Brasil de volta à Idade Média. O tempo para, sim, Cazuza, e até retrocede. Será até que os incêndios na Amazônia não seriam prenúncio do retorno das fogueiras purificadoras, irmão?

2 ideias sobre “NELSON PADRELLA

  1. SERGIO SILVESTRE

    Parece que o tempo se assustou com alguma coisa e voltou correndo e já está chegando em 1964,

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