A felicidade veio em busca da verdade, mas esta dobrou a esquina e virou poesia. Porque na brevidade do instante, nada se consuma, apenas se vê o milagre de se ser só em muitos, milhares, milhões de pensamentos sem nenhuma direção. O caminho da verdade, reto e mágico, virou o mapa de cabeça para baixo e, lá no alto, olhos perdoam as perdições. O único sentimento é o de que sabemos em algum momento que um dia a felicidade e a verdade irão se encontrar no final do caminho para fazer um ninho de filhotes sábios e que voam sem temor pelos céus de suas próprias vidas ao encontro de outros filhotes ainda mais sábios e livres. A inocência é algo que nos leva ao absoluto, porque não saber é conceder permissão para que tudo o que se imagina possa acontecer. E assim a inteligência dobra-se diante das grandes atitudes sem pudor, porque se hoje a dor permanece, amanhã eu sou mais viva. E livre.
Que toda dor do mundo, enquanto não pudermos expurgá-la ou nos libertarmos dela, se materialize em arte e em beleza. É uma prece que faço! Como no seu texto profundamente belo, sábia Ticiana.
Querida Thea,
A dor faz parte de nossos sentimentos. Não tê-la me parece perigoso, como alguém que vive sem enxergar e vai em direção a abismos. Seria muito bom a não dor, mas como saberíamos o valor dos sorrisos, do afeto, do amor sem ela? Não quero ser uma apoiadora de que sentir dor pareça ser uma coisa boa, mas sim de fazer com que ela nos mantenha atentos ao essencial.
Ela passa, mas ela nos ensina bastante também. A quem sabe viver com mais sabedoria e humildade.
Muitíssimo obrigada pelos elogios, mas principalmente pelo carinho. Isso vale ouro!
Um abraço carinhoso
Tici