Do correspondente em Brasília

Depois da rasteira de Ratinho Junior em Ney Leprevost , a certeza que fica é que o pragmatismo absoluto deve guiar as ações do Palácio Iguaçu nas eleições deste ano. Nem que para isso o entourage de Ratinho deixe de lado um dos seus para apoiar um estranho no ninho. Tome-se o caso de Rafael Greca. O prefeito de Curitiba e Ratinho são de gerações diferentes, têm estilos diferentes e histórias diferentes. Greca é o político tradicional da capital, descendente de poderosas famílias curitibanas, que não esconde um certo ar aristocrático e pequenos delírios de reizinho. Ratinho é o menino do interior, filho do “self made man” que venceu as dificuldades. Um é o churrasco com cerveja e violão caipira; o outro é a ópera seguida de jantar no Ile de France. Apesar de tudo, devem estar juntos, unidos pela figura do vice, o jovem Eduardo Pimentel.
Nas grandes cidades do interior, a estratégia deve se repetir. Em Londrina, o Palácio Iguaçu trabalha, como primeira opção, com um entendimento com o prefeito Marcelo Belinati, apesar do apoio dado por ele à Cida Borghetti em 2018. Diante disso, a candidatura do vice-líder do governo estadual na Assembleia Legislativa, Tiago Amaral, fica na gaveta como plano B. Em Maringá, o apoio deve ser dado ao prefeito Ulisses Maia, que já vestiu camisa de Ricardo Barros, Osmar Dias e até Gleisi Hoffmann. No Palácio Iguaçu, o grau de empolgação com a candidatura de ambos é nula. Há desconfiança e hesitação de lado a lado, mas a tendência do Palácio é seguir o caminho mais fácil. No caso, apostar na reeleição.
A exceção desse cenário é Cascavel, onde a tropa do governador vai caminhar unida e motivada na reeleição de Paranhos, um dos soldados de Ratinho na Assembleia desde quando o governador era secretário no governo Beto. Um ou outro desgarrado pode apoiar André Bueno ou Evandro Roman, que até dia atrás estava no PSD. Nada que perturbe o que deve ser o apoio mais claro do governador.