Que gosto tinha a pitanga nas sonhaduras da infância? Que cheiro que tinha a chuva que chovia no jardim? E minha avó catalã me chamando pra jantar, que tinha naquela voz que não consigo lembrar? O sol criava ruídos nas plantações do pomar: uma cigarra gritava como fosse se matar; um passarinho, ora um sapo, ora um cachorro a ladrar eram as vozes antigas de fadas e curupiras trazendo medos ou então toda aquela sinfonia que marcava nossos dias fosse a promessa do hoje quando a criança velhinha pudesse reabraçar a avó que falava estranho e pudesse rotular cada fruta, sapo, flor que medraram no Jardim.