Joel Mendes hoje, no Colorado e no Santos do Rei Pelé
por Valdeci Lizarte
Ele nasceu em Campo Magro e hoje mora em Santa Felicidade. Caminha diariamente pela Avenida Manoel Ribas mas pouquíssimas pessoas o reconhecem. É quase um anônimo. Exceto os mais íntimos, poucos sabem que aquele senhor de 73 anos, cabelos grisalhos e 1,75 de altura, é um dos melhores goleiros da história do futebol brasileiro. E foi titular do grande Santos da década de 1970 por recomendação do próprio rei Pelé.
O nome dele é Joel Mendes, nascido em 25 de junho de 1946, filho mais velho de oito irmãos, pai caminhoneiro e mãe dona de casa. Começou no terrão da várzea e aos 16 anos estava no Trieste. Em 1962 foi campeão da suburbana pelo time juvenil. Dois anos depois, já no elenco principal, deu o primeiro título da Região Metropolitana ao tricolor de Santa Felicidade.
Coxa
O talento de Joel chamou a atenção e, em 1966, foi direto pro profissional do Coritiba, onde já estavam Célio Maciel e Raul Plassmann, que pouco depois seria vendido pro futebol paulista.
No Coxa aprimorou-se e foi bicampeão paranaense. “Eu era o segundo goleiro mais baixo da época. Mas tinha três vantagens: rapidez, impulsão e o Célio como professor”, diz sobre o amigo e ídolo do alviverde que faleceu recentemente.
Pelé
A história com Pelé e começou num confronto com o Santos no Alto da Glória. Faltavam apena quatros gols para o marco histórico dos mil gols e a imprensa mundial acompanhava tudo de perto. Apesar de toda marcação e estratégia, o jogo terminou 3×1 com dois do rei. “Ele tinha muito arranque e habilidade. Não havia como pará-lo, nem com falta. Os marcadores não conseguiam chegar porque ele escapava”, lembra Mendes.
O gol número mil acabou sendo marcado num pênalti, em 1969, contra o Vasco e no Maracanã. O goleiro era Andrada, que faleceu em setembro passado.
Gigantes
O Peixe foi a base da seleção de 70, no México, e naquele momento jogavam no time nada menos que Carlos Aberto Torres (capitão do tri mundial), Ramos Delgado, Lima, Djalma Dias, Clodoaldo, Rildo, Edu, entre outros grandes atletas.
Quase nada pra um garoto pobre que começou sua carreira em campinhos de terra. “Sem ter a estatura dos craques, você não joga num time desses. É preciso ser respeitado pra gritar com o Carlos Alberto, Djalma ou com o Pelé pedindo pra voltar pra marcar. É terra de gigantes”, explica.
Além do Trieste, Coritiba, Colorado e Santos, Joel Mendes também jogou no Bahia, Santa Cruz e Vitória. Ganhou a Bola de Prata e hoje é apicultor em Campo Magro, onde toda sua história começou e onde ainda não recebeu o devido reconhecimento. Apesar das inúmeras tentativas desse jornalista, que se orgulha de tê-lo como amigo.
Grande Joel Mendes! Zé vc esqueceu que ele jogou no Colorado tbm.
Parabéns. Bela matéria, embora curta.
Em 1970, no México, jornalistas alemães que cobriam a Seleção Brasileira queriam saber por que não fora convocado o maior goleiro que viram jogar. “Os (goleiros) que estão aqui devem ser uns gênios”, disse um deles.
Não eram. Joel era muito melhor do que Felix, Ado e Leão juntos. Coisas do Gagallo.
Em 1969, Joel defendeu o Coritiba numa excursão que teve dois ou três jogos na Alemanha. Parou todo mundo.
Como parou aqui os melhores ataques do Atlético e do Ferroviário.
Joel é, possivelmente, o maior goleiro do futebol paranaense, com o perdão de Caju e Paulista; com certeza, um dos maiores do futebol brasileiro daqueles anos dourados.
Vi jogar, um excepcional goleiro e eu estava no campo naquele 3 a 1 para o Santos.
Fui seu fā, a distancia. Virei coxa e peixe. Pena nunca ter visto jogar. Estes grandes do futebol deveriam ser mortais. Obrigado por nos contar esta bela historia.
Imortais, corrigindo.
Amigos, bom dia!!! eu, Flavio e meu irmão Zé Roberto, jogamos com Joel no Santa Cruz e só falta ele pra que eu tenha todos meus antigos amigos no facebook…Gostaria de entrar em contato com ele e falar daqueles tempo maravilhosos. abs Flavio Padilha
Sr. Zé Beto!!!Aguardando moderação ? vc é sério…estou a procura de um amigo…tem coisa errada. abs
Parabéns pela matéria lembro dele no vitoria grande joel mendes
Grande goleiro rubro negro! Tivemos uma infelicidade em um jogo decisivo, se não me engano em 74. Mas, enfim… Passou.