A vida sem uma linha
De palavras
De uma casa
De uma estrada
É uma asa sem par
Nestas corroídas
Miniaturas de figuras
A causar espantos
De semelhanças
Com a nossa infância
O sol, a madrugada
A trama calada
O barco, o pó
Nada que não se segure
Na única voz:
A amistosa união
Da beleza ao perdão
As medidas diminuem
E as corridas ao redor
Do devaneio fluem
Para debaixo do chão
Caímos na tristeza
Que vê a grandeza no grão
E uma dança nos comove
Para fugirmos na contramão
De clérigos sem reza
De vasos sem irmãos
Unidade máxima
Sem a graça da ficção
Lados opostos
Rostos expostos
E a solidão
De prédios vazios
Das linhas hostis
Que traçamos em vão
Para separar o indivisível
Para ajuizar o impossível
Para fixar o invisível
Dentro de nossas mãos
Linhas minhas
Loucuras tímidas
Sonhos sem ilusão
Que eu seja a que vai
Mesmo na volta
Da história que corta
A minha fixação