por Gabriel Mascarenhas, na coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo
O juiz Rodrigo Bentemuller, da 15ª Vara Federal em Brasília, suspendeu o processo em que Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Michel Temer, é acusado de corrupção por ter recebido R$ 500 mil de Joesley Batista.
A ação, aberta depois que Rocha Loures foi flagrado correndo pelas ruas de São Paulo com a fortuna guardada numa mala, estava na reta final, pronta para o julgamento.
O magistrado decidiu aguardar a conclusão do processo de Temer, instaurado a partir do mesmo episódio, para julgá-los juntos. O juiz reconhece, no entanto, que os dois procedimentos, embora corram na mesma Vara, se encontram em etapas diferentes.
— A despeito de estarem os processos em fases distintas (o presente pronto para julgamento, enquanto o outro ainda em fase de resposta à acusação), a unificação dos feitos é devida[…]. […] não vislumbro relevância importante para que os feitos sejam julgados em separado. Ademais, o STJ considerou como possível a reunião de processos mesmo estando em fases distintas[…].
O Ministério Público recorreu da decisão. Sem sucesso.
A propósito, se for condenado apenas na ação da mala, Rocha Loures não passará um dia sequer a mais na cadeia — ele ficou preso preventivamente, mas hoje está em casa.