11:19NO CORREDOR DA MORTE

de Roberto Prado

quieto, silêncio, as grades têm ouvidos

não faça, nada, nem o barulho do ruído

deus, dizem, apenas com o bem querer

me deixa inteiro, detona o pelotão

cai um decreto do governador

sete segundos antes da execução

os gás que vaze e alimente o coração

elétrica onda, campo de compaixão

o machado desaparece na ascensão

o pescoço vibra, a corda vai pro caixão

veneno, depende da hora, até que é bom

nada mal, também, faltar munição

mas, porém, todos esses métodos falhando

tem cara por aí que andou ressuscitando

volte, silêncio, passos lentos no corredor

talvez seja apenas um novo estoque de perdão

ah! era você, silêncio? pode voltar a si

– o amor nunca mais vai sair daqui

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.