por Mário Montanha Teixeira Filho
O Maracanã ficou em silêncio no final da noite do dia 17 de julho de 2019, uma quarta-feira de inverno. Ali, naquele palco sagrado, o Clube Atlético Paranaense derrotou o Clube de Regatas Flamengo numa disputa de tiros livres diretos. Classificou-se para as semifinais da Copa do Brasil, façanha que coloca o outrora minúsculo time de um Estado periférico no rol dos principais clubes brasileiros – ou algo perto disso. Setenta mil flamenguistas amargaram a derrota. Nas arquibancadas transformadas em cadeiras, nenhum atleticano se arriscou a comemorar, se é que havia atleticanos na plateia.
A ausência de rubro-negros deste sul friorento num jogo tão importante reflete a elitização do esporte concebida por Mário Celso Petraglia. Para o comandante e pretenso dono do CAP, a paixão, a espontaneidade e a alegria – coisas diretamente ligadas ao futebol –, estão proibidas. No mundo triste desse pequeno ditador, estádios devem ser de tonalidades cinzentas e pessoas devem se comportar como gado, atentas a regulamentos e decretos que lhes imponham a condição de consumidores de sanduíches emborrachados e refrigerantes mornos.
Com base nessa política de relacionamento esdrúxula, o CAP petragliano agride o seu torcedor, expulsa-o da vida do clube e faz da Baixada, caldeirão que antes fervilhava, uma panela vazia. Assim funciona a “torcida humana”, ideia ridícula que limita direitos de não-atleticanos, diretamente, e de atleticanos, de modo indireto – foi a “reciprocidade” adotada pela diretoria do Flamengo que fez com que o Maracanã não reservasse espaço para os nossos. Se não há como conter a massa de flamenguistas, a maior do País, e outras igualmente grandes – com ou sem a “torcida humana”, elas conseguem burlar a norma impeditiva –, nós, que somos em número muito menor, seremos condenados a desaparecer dos estádios brasileiros, que sistematicamente nos negarão abrigo caso essa insanidade continue. Não há o que a justifique, como não há o que justifique o quadradismo da biometria ou a guerra eterna contra a torcida organizada, boçalidades que hoje nos identificam como um clube antipático, arrogante e autoritário.
Os jogadores atleticanos que fizeram o belo espetáculo da quarta-feira memorável foram obrigados a festejar sozinhos. Faltou-lhes o calor da arquibancada, mas ficou o principal registro: a honra com que defenderam a camisa que só se veste por amor. Apesar do obscurantismo reinante pelos lados da rua Buenos Aires, eles venceram.
Pelo visto o comentarista queria ver o glorioso cheio de torcedores e um time ridículo em campo.
Teremos eleições logo no CAP, se quiser mudar se candidate e ganhe.
Pois é… com arrogância e elitismo e antipatia, o resultado é um clube com a maior torcida do Estado -e crescendo- maior número de sócios, maior arrecadação, maior receita, melhor posição geral entre os paranaenses, marca admirada, reconhecimento nacional e internacional. Como atleticano, fico com o rabugento Petraglia e feliz da vida!
Força meu único ditador preferido!! Vc fez o Atlético diferente dos medíocres desse Estado