Comovidos com os estímulos de Jair Bolsonaro ao trabalho infantil e com a obsessão do presidente em flexibilizar o porte de armas, integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara iniciaram uma campanha pelo porte de arma infantil.
“É direito de toda criança e adolescente exercer a legítima defesa quando os pais impuserem um castigo ou quando um amiguinho pegar um brinquedo sem pedir. O porte de armas para crianças é um caminho natural que segue a lógica do governo e aponta para a modernidade que o Brasil passou a trilhar”, disse o major Vitor Hugo.
Vitor Hugo usou um exemplo pessoal para comprovar sua tese. “Eu mesmo aprendi a armar e desarmar granadas aos dois anos. Toda vez que minha mamadeira demorava, eu ameaçava puxar o pino”, relatou. Em seguida, a Comissão de Direitos Humanos prometeu formular todas as políticas públicas com base na experiência pessoal de Jair Bolsonaro.
Aliviada com o fim da hipocrisia, a jornalista Leda Nagle publicou um comovente relato nas redes sociais. “Eu comecei a fazer escolta armada aos dez anos no armazém do meu pai. Nós protegemos nossa propriedade desde sempre. Fui uma das melhores alunas e uma coisa nunca atrapalhou a outra.”
Emocionado, Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, se lembrou do ataque aéreo que comandou, aos cinco anos, para exterminar o Bicho Papão. “Toda vez que sinto o cheiro de napalm, lembro a minha infância”, tuitou.
O programa apresentado na Comissão de Direitos Humanos prevê a substituição das aulas de educação artística nas escolas por treinamentos na selva.
“Uma criança que aprende a se virar sozinha na mata fechada está preparada para a vida. Quem sabe manusear um rifle não precisa pedir dinheiro nos semáforos. É preciso dar a educação correta nas escolas para o brasileiro sair dessa vitimização desde o berço”, explicou Eduardo Bolsonaro.
E concluiu: “Vejam o meu irmão Carlos. Antes de falar, ele aprendeu a destravar um fuzil. Isso ajudou muito a desenvolver seu sistema cognitivo. Hoje ele se expressa muito bem. Aposto que o Jean Wyllysnão usou nem sequer uma pistola de baixo calibre na infância e deu no que deu”, completou.
“Até o final do meu mandato, vamos acabar com a doutrinação comunista nas creches. Os bebês poderão usar a babá eletrônica para filmar os professores petistas”, prometeu Jair Bolsonaro.