de Nilson Monteiro
Esfumaçam mistérios
e a fé singular evapora
com os sustenidos doloridos
do Ângelus
sobre a mansidão
de seus telhados.
No metal, trompete ou punhal,
do crepúsculo
escorrem relicários e pecados.
Em ventres entumecidos
em dentes cariados e
em bocas ressequidas de paixão
crenças plurais amanhecem virgens
e inexploradas.
Corpos sacros violados pelas horas,
dias e tempos,
sacrifícios e bênçãos
a se dissipar,
desconhecidos e desconhecidas.
Mistérios singram seu ouro
espadas encrespadas em cruz,
braços abertos me amparam
até que passem as tormentas e as cristas
da noite.