por Jorge Eduardo, no Blag do blog (http://blaguedoblog.blogspot.
ELA é uma doença fatal, viu? Milhões de pessoas convivem com a ELA por meses, anos ou muitos anos. Alguns sortudos não morrem dela, mas morrem com ela.
O atacante Washington, parceiro do Assis no Atlético Paranaense e imortalizado no Fluminense pelo tri de antanho, morreu disso, e, pior, em instante de ataque da doença quando não havia socorro. Poderia ter escapado e vivido mais alguns meses, anos, quem sabe?
Mas não morreu de tiro, desgosto.
Nirlando está morrendo, e não será de tiro, desgosto, talvez?
Não morrerá com três tiros nas costas disparados por um surfista corneado, como espicaçava o sonho de morte de Millôr Fernandes.
Nirlando está morrendo, é isso.
Quero do coração que ele viva mais, mais.
A medicina ocidental não cura muitas doenças, e não é só o câncer.
Não cura, como queremos, a ELA.
Coisas da vida.
Repórter do Estadão em Curitiba, fui colaborador da coluna do Nirlando no Estadão, anos 80, chamada “Galeria”. Conheci o chefe numa salinha no jornal em SP e com ele conversei rapidinho. Simpático, calmo, parceiro.
Mas agora: nunca mais um Nirlando Beirão, que fez história em jornais e revistas paulistas, ele mineiro de texto absolutamente elegante e incomparável.
Nirlando é diretor de redação da “Brasileiros”, junto com outro incomparável, o Hélio Campos Mello, fotógrafo que escreve como poucos. E é redator-chefe da “Carta Capital”, brigando com Mino Carta, veja só.
Nirlando Beirão é um craque da reportagem, da edição e um gênio do texto.
Já faz muita falta.
O jornalismo e quem preza a elegância da escrita e da convivência agradecem.
Outro Nirlando Beirão, nunca mais.
Fica mais um pouco, professor.