por Célio Heitor Guimarães
Andei algum tempo fora do ar. Por problema elétrico. Falta de energia. Eis que a velha máquina, cansada de tantos entreveros e combates, ameaçou parar. Os batimentos cardíacos, que deveriam ser em torno de 70, 75, passaram a ficar entre 45 e 50. Com isso, a corrente elétrica não chegava como deveria ao coração. Os cardiologistas Cláudio Pereira da Cunha e José Rocha Faria Neto ficaram preocupados. O primeiro, driblei o quanto pude; o segundo, filho do primo (de minha mulher) Fajardo Faria e sobrinho do saudoso Enéas, não quis saber de conversa: “Ou colocamos já um marca-passo nesse peito ou você vai morrer!”
– Espere aí, eu preciso pensar, falar com a minha mulher – tentei argumentar.
– Não há o que pensar. Daqui você vai direto para o hospital, só escolha qual deles prefere – atalhou com firmeza o menino José.
Meu filho Cadu, que me acompanhava, aprovou e aplaudiu. Não há mais solidariedade entre filho e pai. Mas certamente ele me salvou a vida.
E lá fui eu parar na emergência do Hospital Champagnat. Aí o os batimentos cardíacos caíram de 41 para 25, baldados os esforços dos atendentes. Resultado: a cirurgia, prevista para o dia seguinte, aconteceu naquele mesmo dia (ou noite). Em ação a equipe do doutor Vinícius Woitowicz.
Melhorei na hora. No dia seguinte, já estava em casa, sem o rotineiro cansaço e falta de ar.
No entanto, como as encrencas me acompanham a vida inteira, o sossego não poderia durar. E foi a vez da Unimed Curitiba mostrar a cara. Comunicou ao médico (a mim, nenhuma palavra) que fora desaprovado o aparelho marca-passo. Segundo alegava, meu plano da saúde era velho – o UNIPLAN PF Básico + OPC 1 e 3 – e não cobria a colocação de próteses e órteses.
Então, fui obrigado a reviver o velho advogado e recorri da decisão. Fiz ver que, não obstante o plano possa não incluir prótese e órtese, o convênio é obrigado a cobrir o seu custo. Isso porque, entre outros motivos, do plano original consta “tratamento cardiológico” e o implante de eventual marca-passo é uma decorrência desse tratamento. Nesse sentido é farta a doutrina e a jurisprudência. Mencionei decisões judiciais de primeira e segunda instâncias, algumas condenando a prestadora de serviços – inclusive a própria Unimed – não apenas ao pagamento do aparelho, mas também a uma indenização por dano moral ao paciente. O assunto está sendo analisado pela Ouvidoria da Unimed Curitiba.so for indeferido, Unimed e eu nos reencontraremos no Judiciário. Aguarde-se o próximo capítulo.
Caro Célio, feliz sempre em ler seus escritos. Vamos lá: passei pela mesma situação, Unimed, plano antigo nao regulamentado, herança de aposentadoria da Cohab-CT. Necessidade urgente de colocação de dois stents, negativa da Unimed, mesma alegação, desespero de minha mulher para pagar 18 mil ao INC. Isso feito e já stentado, fui buscar os ditos “meus direitos”. Correram para o acordo. Recebi o dinheiro. Vc tem todos os direitos independentemente do tipo do plano. Sucesso
Caro Celio, benvindo (ou será bem-vindo???)ao mundo dos reles mortais como todos nós.
Conselho, se fosse bom, não seria gratis, mas este é bom e gratuito: vá até a ANS, ali na Rua Carlos de Carvalho e apresente verbalmente sua queixa.
Um solícito atendente registra sua reclamação e entra em contato formal e por escrito com a
UNIMED que, em 3 dias, por escrito, CONCORDA com suas razões.
Depois é só correr para o abraço.
Sucesso.
Saúde, meu caro Célio, muita saúde. Grande abraço.
Não nos faça mais dessas. O mundo está cada dia mais escasso de pessoas como você.
Estimado primo e amigo Célio , sem dúvida a atuação precisa e competente dos médicos que o assistiram, ao que se agregou a sensibilidade e preocupação do CADU, foram fundamentais no sucesso de sua recuperação. Mas, certamente uma Força Suprema estendeu seu manto de proteção sobre você, senão por outras razões, e muitas há, mas também porque entendeu Ele que um jornalista com o seu caráter e honestidade é indispensável na luta pela instauração da moralidade e decência não apenas na vida pública como na sociedade. Assim, meu caro primo, coloque a sua inteligência e sua pena a atuar.