A Crusoé publicou uma importante reportagem sobre o esquema delatado pelo Padre Wagner, envolvendo a Igreja e as empreiteiras enroladas com a Lava Jato.
Leia um trecho:
“O que talvez nem a Lava Jato saiba — e que Crusoé conta nesta reportagem — é que a atuação de Wagner Portugal ia bem além de suas funções como diretor da organização social suspeita de desviar algumas dezenas de milhões de reais do governo do Rio.
Wagner Portugal funcionava também como um competente elo entre uma parte importante da cúpula da Igreja, empreiteiras que caíram na Lava Jato e políticos proeminentes (…).
Essa proximidade lhe rendeu tarefas sensíveis. Quando estourou a Operação Castelo de Areia, na qual a Polícia Federal e o Ministério Público acharam o mapa da mina que poderia antecipar em alguns anos as descobertas da Lava Jato, com pagamentos a políticos em troca de facilidades no setor público, o padre foi escalado para uma operação de contenção de danos em Brasília.
A ordem era para que ele procurasse os poderosos da hora para buscar uma maneira de evitar o que poderia ser uma grande desgraça para ambos os lados – para a Camargo Corrêa, como corruptora, e para os políticos, como os destinatários da propina.”