21:01ZÉ DA SILVA

Tinha música na chuva, mas não era alegre. O céu estava carregado como meu corpo num dia cinza que pesou demais. Ah, minha alma! Por que ela flutua às vezes e, logo em seguida, está amarrada a grandes bolas de ferro, daquelas que destroem edifícios e soterra todas as histórias neles contidas? Tomei água logo de manhã e engoli fel em seguida, pois me serviram doses em copo de cristal – e dei dois passos para a morte em vida. Uma flor a murchar na letra de música cantada em alta rotação. O buraco! O buraco! A agulha a me cortar como se eu fosse carne inerte. Uma imagem de santa onde as lágrimas escorrem pelo rosto negro. Eu sei o que fiz, pai. Eu sei.

Uma ideia sobre “ZÉ DA SILVA

  1. SERGIO SILVESTRE

    Pois é,como é gostoso sonhar e se lembrar dos sonhos.Tenho estorias de cavalos alados,de belas criaturas dos bosques e uma fada de tranças que me visita na sacada.Feliz daquele que ao acordar se lembra de tudo.

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