De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário
“Só não quero segurar a vaca para os outros mamarem” – do deputado Plauto Miró, DEM, na sua catilinária da assembleia legislativa. Sabendo que Plauto foi eleito na região dos Campos Gerais, que engloba Castro, onde funciona a Batavo, o leitor desavisado pode pensar que faz denúncia de trabalho escravo, o dele, a segurar as vacas de Castrolanda para outros mamarem. Miró no seco, longe das tetas e das mutretas.
A alegoria da vaca fica no mamar, verbo de variado sentido, de muitos mamares, muitos leites. O deputado ameaça: tem o dossiê completo do leite e dos mamares, formado em oito anos de primeiro secretário da assembleia como isento e desinteressado espectador, as vacas em processo de intensa, contínua e desenfreada ordenha. Homem que sabe demais, o deputado. Sugere que nunca mamou. Deve sofrer de rejeição à lactose.
Plauto Miró credencia-se como um Deep Throat, Garganta Profunda. Apelido e pseudônimo de Patrick Gray, o diretor do FBI que orientou os repórteres Carl Bernstein e Bob Woodward, do jornal The Washington Post, no levantamento dos crimes da campanha que reelegeu Nixon à presidência dos EUA. Nixon renunciou para fugir ao impeachment e a fonte foi mantida em sigilo até sua morte, quase trinta anos depois.
Garganta Profunda, o apelido que Gray recebeu, veio do filme do mesmo nome, pornô chique, que fez famosa a atriz Linda Lovelace. Com a diferença fundamental: a personagem não contava podres da política. Ao contrário, sua garganta profunda reproduzia o órgão sexual feminino; na garganta replicava o prazer sexual normal – bolsonaricamente falando. Algo como as tetas e o mamar do deputado Plauto Miró