Do correspondente na Tríplice Fronteira
Há dez meses no cargo, o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Marcos Stamm, “coleciona” alguns trunfos.
Em sua gestão, a Itaipu ampliou sua área de atuação e parcerias para os 54 municípios do Oeste e outros dois da vizinhança; pôs em prática o projeto de modernização das unidades geradoras mais antigas; e ainda deu início aos estudos do processo de renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu.
O Anexo C é considerado a peça-chave do Tratado para o futuro do relacionamento energético entre o Brasil e o Paraguai, já que trata justamente das questões financeiras da produção de eletricidade. Qualquer mudança – e elas vão ocorrer – terá impacto, positivo ou negativo, na tarifa de eletricidade no Brasil, já que o consumidor daqui é que arca com a maior parte da conta, porque consumimos 85% da energia da binacional.
Foi também na gestão de Stamm – por coincidência – que foi promulgada a alteração na lei dos royalties, beneficiando os municípios. Eles tinham direito a 45% do total de royalties que a hidrelétrica paga mensalmente, mesmo percentual dos estados. Agora, a fatia dos municípios passou para 65%.
Por questões orçamentárias, esta divisão demorou para ser aplicada na prática, mas a partir de agora os cofres municipais vão receber um belo acréscimo. E, como o cálculo dos royalties é feito em cima da produção de Itaipu e tem relação com o dólar, está o melhor dos mundos para as prefeituras, especialmente aquelas lindeiras ao reservatório.
Não é à toa que Stamm, conhecido por seu estilo discreto e comedido, mas ele sorri satisfeito ao falar de sua gestão.