Do correspondente em Brasília
Numa reunião na casa do senador Renan Calheiros se encontravam alguns amigos próximos, todos engajados na campanha deste para presidência do Senado. Quando pede votos, um dos fortes argumentos usados pelo senador alagoano aos seus pares é o que diz que ele não permitirá excessos dos procuradores da república e da polícia federal. Renan sempre repete que não vai deixar que essas instituições promovam ações dentro do Senado. Essa fala tem lhe garantido muitos votos dos parlamentares mais antigos e em boa parte envoltos em acusações. Entre um tuíte e outro, no momento que Renan disparava mais uma alfinetada contra Deltan Dalagnol, procurador chefe da Lava Jato, um dos presentes sugere: “Renan, pare de dar palco a um anão” – explicando depois que Dalagnol está em decadência depois que os principais alvos da operação foram presos ou tirados de circulação. Renan concordou com o fato de Dalagnol ter perdido prestígio especialmente depois que Moro virou ministro e atraiu para ele todos os holofotes. Então, disparou: “Dalagnol está virando anão mesmo, mas não estou dando palco para ele não – estou apenas utilizando o pastorzinho como escada antes que ele vire banquinho”.