Como foi bom! Fazia muito tempo e ele veio para que meus ouvidos descansassem neste tempo de “tipo”. O trabesseiro. Eu o conheci no tempo da Zelê, Zona Leste da cidade que ainda não era Sampa. Escutem! Soletrem! Perto dele, travesseiro não chega a almofada de sofá de courvin marrom, com buracos feitos por pontas de cigarros depois da bebedeira. Ouvi por acaso – fui tomado. A esquina de ruas de terra, o benzedor, a mulher que furava as bolas que caíam no quintal, o campinho adernado, bola de gude, roda pião, figurinha no bate-bafo. Todas as casas com jardim plantados com a alma. Chuva, barquinho de papel, barro entre os dedos, olha lá vem o carrinho com doces! – e domingo vai ter procissão na igreja da pracinha principal, a da padaria onde havia uma tv e Rim Tim Tim. Trabesseiro. Eles não tinham pesadelos para se infiltrar no nosso sono. O que eles tinham? Ah! Era um produto mágico que nos fazia dormir sem precisar da canção do Caymmi. Eles tinham escuma.