Do Analista dos Planaltos

A construção de duas novas pontes entre o Brasil e o Paraguai colocou a Itaipu na berlinda. O governo federal pediu, a hidrelétrica tem o dinheiro e o Conselho aprovou. As obras seriam construídas nas fronteiras do Paraná e Mato Grosso do Sul. A utilidade delas, não se discute. O questionamento é bom porque retira das sombras uma outra obra, essa pensada e iniciada dentro do setor brasileiro da hidrelétrica durante o governo petista: a Universidade Federal de Integração Latino-Americana, a Unila. O projeto foi orçado em R$ 800 milhões. Gastaram R$ 100 milhões. Só para o escritório de Oscar Niemeyer, foram R$ 10 milhões. E o que aconteceu? “Do ponto de vista da edificação, ela é inviável”, disse o reitor professor Gustavo Oliveira Vieira em entrevista concedida ao programa Fatos & Versões, da Rádio Cultura de Foz do Iguaçu. Segundo informou o jornalista Vinicius Ferreira, em reportagem do blog “Não Viu?”, o destino da obra está sendo discutido com MEC, Itaipu e a própria Unila. Atualmente o custo total da Unila é de R$ 150 milhões por ano. Um plano para a construção de novos edifícios mais modestos e funcionais, está sendo elaborado. O viés ideológico da maioria dos cursos também é uma questão que, no governo de Jair Bolsonaro, deverá ser alvo de lupa. O fato de ela estar encravada numa área de segurança nacional também. Enquanto isso não acontece, o que deu para ser feito do projeto de Niemeyer parecem mesmo um monumento à memória da megalomania e incompetência administrativa dos governos petistas.