Os pequenos me encantam
Como um recanto ao luar
Jogo moedas ao vento
E quase me arrependo
Mas o que dizer da alma acorrentada?
É quase um desperdício de tempo
Vivo ao relento
E me banho de sintaxes e alentos
Ser livre é despir os sintomas
De cólera, solidão e horas sedentas
Que não esperam o filho se conscientizar
Que sua caminhada é árdua e injusta
Um mundo a se admirar
Porém sem dó nem tato
Sensíveis são as almas que correm
Pois a ventania sopra a favor dos fracos
Juntos, contemplamos o barco das ilusões
E sozinhos nos unimos na terra árida
Sem o sertão, somos mares constantes
E neste instante faço a prece que sintonizo
Alma, por que foste ao tao?
Se não sou mais que um animal?
Buscando a veia da matéria
Picando a ignorância na artéria
Fui ser o que me disseram
Mas quem não arrisca fica sempre sem ideia
Éter, zumbido, apneia
E graves os sons dos pesares
Sinto que devo isso a um mortal
E agradeço ao final
Sangue temos todos
Mas quem o fez se esqueceu do ombro
Que carrega a enxada, a corrente, o açoite
Sejam humanos, e se enganem
Pois o sol desperta para cobrir
Os insanos de vida e cor
Se despertas nessa madrugada
É porque a cavalgada te fez ressonância
Desde a infância
Cavaleiros se dispersam
E nada é mais correto que se unir aos mistérios
Escreveria uma parábola
Simples, sem nenhuma
estrada
Que te levasse ao nada
Mas sou apenas uma aliança
Da vingança com a esperança
Se você não souber me decifrar
Apenas fixe seu olhar
Na relva, nas guerras, no mar