Da coluna Expresso, na revista Época
O ex-deputado federal e ex-assessor de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), que ficou famoso por ter recebido uma mala de dinheiro dos delatores do grupo da JBS, está sofrendo sucessivas derrotas na ação penal que responde sobre o episódio, sob acusação de corrupção passiva. O juiz Jaime Travassos, da 15ª Vara Federal do Distrito Federal, negou nesta terça-feira (21) um pedido da defesa de Rocha Loures para fazer novas perícias nas gravações feitas pelos delatores da JBS –tanto a gravação da conversa de Joesley Batista com Temer no Palácio do Jaburu quanto a de uma das conversas entre Rocha Loures e outro delator do grupo, o executivo Ricardo Saud. O juiz apontou que a defesa, capitaneada pelo criminalista Cezar Bitencourt, fez o pedido de perícia fora do prazo. “Entendo que restou preclusa a pretensão da defesa do acusado Rodrigo Santos da Rocha Loures de realização de perícia, posto que não requerida a tempo e a modo”, afirmou o juiz Jaime Travassos, que também negou pedidos da defesa para anular as provas da Operação Patmos, dentre elas as interceptações telefônicas e as ações controladas feitas pela Polícia Federal.
“Os vícios aludidos pela defesa, portanto, não estão presentes, eis que a medida de interceptação telefônica foi determinada a partir da existência de elementos suficientes para a sua deflagração”, afirmou. O juiz já marcou os depoimentos das testemunhas de defesa e acusação e tenta dar celeridade para concluir o processo. Temer não é réu nessa ação porque o Congresso Nacional suspendeu a abertura de ação penal contra ele, mas deve passar a ser processado após deixar o mandato de Presidente da República.