Acordei e vi que estava acompanhado. A mulher dormia ao meu lado na casa de madeira. Levantei, olhei o corredor e não lembrava de como cheguei ali. Vi muitas portas. Voltei à cama. A mulher acordou. Estava nua. Perguntei se tinha transado com ela. Disse que não. Minha bolsa estava pendurada num prego. Fui até ela e enfiei a mão. O pacote de dinheiro, intacto. Saí para tomar um café. Convite dela. Na cozinha, um rádio tocava vanerão. Meu companheiro de viagem dançava com outra mulher. Tinha um copo de cerveja na mão. Oito horas da manhã. Ele me ofereceu um copo. Aceitei. Tomamos mais duas ampolas. Mais mulheres chegaram. O bordel ficava no meio do mato. O carro alugado estava embaixo de uma árvore. Uma porta amassada. Dei de ombros. Ficamos até a hora do almoço ali no baile particular da zona. Saímos e fomos trabalhar. A vítima era o prefeito da cidadezinha que ficava a poucos quilômetros. O amigo entrou na frente. No gabinete, chamou pelo nome e o homem de cabelos brancos atendeu. Saí de trás do amigo, apontei o 38 cano longo e atirei. Buraco na testa. Saímos tranquilamente. Em pouco tempo receberíamos a segunda parte do serviço. Deu vontade de voltar para o puteiro. Seria suicídio. Mas antes de pensar nisso, o que barrou mesmo o retorno foi o retrato de uma criança que estava no criado mudo do quarto. Me incomodou muito. Ele não desgrudou os olhos dos meus enquanto eu estava ali dentro.