Todo mundo conhece aquela do “me engana que eu gosto”. É assim mesmo no Bananão em qualquer situação – seja de bonança ou de pindaíba como agora, mas às vésperas de um ano de eleição para as escolhas dos grupos que vão comandar o barco, – seja federal ou estadual. Agora estamos no período onde os protagonistas das disputas jogam bruto nos bastidores, procurando alianças, esfaqueando prováveis inimigos, chamando o cramulhão para fazer qualquer pacto que os leve ao poder, acendendo velas para Nossa Senhora Aparecida, acertando promessas do tipo percorrer o caminho de Santiago de Compostela de joelhos, etc. Ao redor, como mariposas em volta da lâmpada ou moscas no excremento, os donos da grana, os financiadores que enfiam a mão no bolso e entregam o caraminguá de colherinha para quem tiver possibilidade de vitória – depois vão retirar o resultado desta ação com retroescavadeiras que funcionam durante todo o mandato. Quem vai ser enganado, como sempre, não sabe o que está acontecendo – e aqueles que conseguem enxergar alguma coisa não entendem direito e ficam felizes por achar que sabem o traçado do riscado. O melhor, no entanto, é o discurso dos protagonistas. São tão propositivos, como gostam de dizer na linguagem que a ninguenzada não conhece, que se todos fossem à praça São Pedro, no Vaticano, seriam canonizados na hora pelo Papa Francisco, tal a luminosidade da aura de bondade que têm. O que os leva a esta representação do teatro do absurdo? Simples. O orçamento do Brasil neste ano foi estimado em R$ 3 trilhões. O do Paraná,  para o ano que vem, é de R$ 60 bilhões. Juntando lé com cré, temos o povo remando e gerando estas receitas – e os que estão ou querem chegar no andar de cima fazendo tudo para se apossar – na base do engano porque eu gosto.