8:14Gol de placa

Por Ivan Schmidt 

O jornal Folha de S. Paulo, na edição de domingo passado, publicou em página dupla a relação dos virtuais pré-candidatos aos governos estaduais, Estado por Estado.

No espaço reservado ao Paraná aparecem os nomes da vice-governadora Cida Borghetti, do deputado estadual Carlos Massa Ratinho Jr e do ex-governador Roberto Requião.

Não é possível que a editoria de Política do referido jornal, uma das mais competentes do país, desconheça a evidência de que o ex-senador Osmar Dias também é nome obrigatório nessa lista, já que é tão pré-candidato quanto os demais citados. E além dele há também a manifestação do prefeito Cesar Silvestre Filho (PPS), de Guarapuava, e especulações ainda tímidas quanto à pré-candidatura de Valdir Rossoni (PSDB), atual chefe da Casa Civil do governo Beto Richa, defensor da inclusão dos tucanos na disputa.

Na verdade, o nome de Roberto Requião (a juízo de muitos) sequer deveria ser lembrado, porquanto o macróbio político apresenta-se muito mais como um outsider no cenário da sucessão estadual, embora já não tenha o vigor necessário para a corrida, até mesmo pela renhida disputa pelo controle do diretório regional do PMDB, um partido claramente em vias de extinção no Paraná.

Dizem os conhecedores dos desvãos da nossa política que o ex-governador se debate com o dilema da reeleição do filho Maurício, um dos raríssimos que o partido conseguirá manter na Assembleia Legislativa em 2018.

Por esse motivo de ordem paternal Requião ainda não sacramentou a opção que deve tomar no ano que vem, embora fazendo o que mais aprecia, ou seja, confundir a cabeça dos eleitores. Assim, ele continua a se comportar com uma esfinge ora dizendo que voltará a disputar a vaga no Senado, ora o governo do Estado ou até mesmo uma cadeira de deputado federal, aparentemente convencido de que dessa forma poderia fazer uma dobradinha com o filho, assegurando-lhe a conquista do segundo mandato de deputado estadual.

Figura das mais controvertidas e combatidas na política doméstica, Requião conseguiu a façanha quase inigualável de espantar de seu entorno a maioria absoluta dos antigos aliados, incluindo o sobrinho João Arruda, para não falar de Mário Pereira, Orlando Pessuti, Luiz Cláudio Romanelli, Nereu Moura e outros parlamentares que bateram em retirada do partido.

Aliás, uma das vertentes da resenha que provavelmente deverá crescer nos próximos meses, faltando um ano para as eleições, é que Requião tentará a aproximação com Osmar Dias (que a Folha não chega a citar como pré-candidato) – nesse caso tentando prosseguir no Senado – justamente por ver na aliança o caminho que lhe resta para reeleger o filho.

O mesmo interesse foi manifestado pelos deputados federais petistas Enio Verri e Zeca Dirceu, cuja pretensão de voltar para mais um mandato na Câmara passou a sofrer uma espécie de assédio representado pela decisão ainda não oficializada pela senadora Gleisi Hoffmann, mas bem perto disso, de optar pela chamada Câmara Baixa tendo em vista a quase impossibilidade de continuar senadora e, pior, perder o foro privilegiado.

Osmar que ainda pertence ao PDT, cuja seção estadual é integrada pelos auxiliares mais próximos desde o tempo em que presidiu a extinta CAFE do Paraná, no governo José Richa, repete que precisa de um partido que lhe garanta a condição de apoiar a candidatura do irmão Álvaro à presidência da República.

Vai daí, o espertíssimo presidente nacional da sigla criada por Leonel Brizola, o antigo cantor de boleros Carlos Lupi, que de bobo não tem nada, se apressou em avisar que não há a menor restrição à proposta formulada por Osmar Dias, mesmo que o PDT tenha abrigado a candidatura presidencial de Ciro Gomes.

Ora, o pormenor não somente confirma a pré-candidatura de Osmar ao governo do Estado, como lhe assegura a plena confiança do presidente do partido quanto às chances reais de — dessa vez – vir a ocupar a principal cadeira do Palácio Iguaçu.

O que seria um gol de placa para um partido que até hoje se ressente de grandes conquistas eleitorais, especialmente num Estado da pujança socioeconômica e cultural do Paraná.

2 ideias sobre “Gol de placa

  1. Sergio Silvestre

    Problema é que o Osmar Dias demora tanto a decidir algo que eles vão colocar seu nome só na vespera da eleição até por que nunca se sabe,

  2. Zé Ninguém

    kkkk bem feito para você Ivan, além de perder tempo lendo o que esta Folha Caipira publica ainda se preocupa com as fake news que ela adora publicar. A tal editoria de Política tão elogiada por você conhece tanto da política aqui da província que ela acredita que ainda somos a Quinta Comarca de São Paulo.

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