Da Folha de S.Paulo
Morre em São Paulo o jornalista Fernando Pacheco Jordão, autor de “Dossiê Herzog”
O jornalista Fernando Pacheco Jordão morreu nesta quinta (14), em São Paulo, aos 80 anos.
Pacheco Jordão sofria as consequências de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) havia 15 anos e estava internado há 40 dias. Foi vítima de uma pneumonia.
Com longa trajetória profissional, ele foi, entre outras coisas, diretor de jornalismo e de programação da TV Cultura, correspondente da BBC em Londres, editor de economia da revista “Veja” e correspondente da Editora Abril em Paris.
Pacheco Jordão foi um dos melhores amigos do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar em 1975. Na época, Pacheco Jordão era diretor do Sindicato dos Jornalistas de SP, e liderou as manifestações que culminaram com o ato ecumênico na catedral da Sé que exigia explicações sobre o assassinato.
Em 1978, escreveu o livro “Dossiê Herzog – Prisão, Tortura e Morte no Brasil”.
Ele era casado com a socióloga Fátima Pacheco Jordão, com quem teve três filhos: a bióloga Beatriz, o jornalista Rogério e a cineasta Júlia Pacheco Jordão.
Ao ler a nota sobre o falecimento de Fernando Pacheco Jordão, vem-me à mente um fato curioso vivido numa livraria central à época, quando do lançamento do livro “Dossiê Herzog”. Solicitei um exemplar (que não estava a mostra) e a jovem trouxe um do romance “Herzog” do Saul Bellow… fiz das tripas coração para explicar a diferença entre o alho e o bugalho… o livro do Fernando ainda não havia chegado aqui e o consegui mais tarde. Tempos depois apareceu um outro livro sobre o jornalista assassinado pelo regime de 64, escrito pelo Paulo Markun (“Meu querido Vlado”), amigo chegado e ex-colega de Herzog na Escola de Sociologia e Política da USP, na Maria Antônia… os santos continuam marchando…