por Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo
Os donos da JBS vão entregar extratos e explicar em detalhes, nos documentos que estão entregando ao Ministério Público Federal, depósitos feitos nas contas que atribuíram a Lula e a Dilma no exterior.
CONTROLE
As contas foram abertas em nome de uma offshore controlada por Joesley Batista, da JBS. Ele diz que, quando fazia negócio com o governo, depositava propina de cerca de 4%, primeiro numa conta “de Lula”, no governo dele, e depois numa conta “de Dilma”. O dinheiro ficaria reservado para o PT. O empresário afirma que mostrava os extratos para o então ministro Guido Mantega.
CASÓRIO
Cada vez que dava dinheiro para campanhas do PT no Brasil, Joesley diz que abatia contabilmente da poupança do exterior. No fim das contas, o PT gastou tudo o que tinha direito, afirma. E Joesley usou o saldo no exterior para comprar um apartamento em NY, dois barcos e até mesmo para pagar a festa de seu casamento, em 2012.
FICÇÃO
O ex-ministro Guido Mantega afirma que nunca negociou a doação de recursos irregulares com o empresário Joesley Batista. Lula e Dilma afirmam que jamais ouviram falar da tal conta.
DIREITO
Lula perdeu ação em que pedia direito de resposta à TV Globo por reportagem no “Fantástico” sobre a sentença de Sergio Moro que o condenou à prisão. O juiz Gustavo Dall’Olio diz que a Globo “fez o que lhe incumbia, informar, direito seu e da coletividade, exercitado de forma regular e profissional”.
É OUTRA COISA
Afirma ainda que, embora a lei não exija, a emissora, “pela adoção de padrões éticos que revelam a prática do bom jornalismo”, facultou a Lula o contraditório. Para ele, é a condenação “por crime contra a administração pública” que é desfavorável e ofensiva ao petista, e não “o exercício legítimo do dever de informar”.