Rogério Distéfano
“ESTE PAÍS não nasceu para ser a merda que é”. Palavras de Lula em comício de sua caravana, na Bahia. Quando começamos a desconstruir Lula, ele surge com o diagnóstico perfeito, a frase lapidar que resume nossa realidade. Louve-se Lula por admitir que o Brasil é uma merda. Verdade que disse com aquela capacidade que só têm os deuses e os políticos de não reconhecer sua parcela do bolo fecal.
Ainda que me esforce para concordar com o sociólogo do ABC, ele está errado. O Brasil nasceu, sim, para ser a merda que é. Para nós o bonde da História já passou. Basta olhar as nações que fizeram de sua História sinônimo de civilização e veremos que o Brasil sempre dá um jeito de produzir excremento, na forma e no olor dos políticos salvadores da pátria. Como é normal, Lula não acusa o cheiro de sua participação fecal.
Lula, bom lembrar, desculpou-se mais tarde pelas palavras, a primeira vez que faz. Nem precisava; suas tolices são inscritas a fogo nas pedras da lei do PT. Lembro a mulher que nasceu analfabeta, as companheiras do grelo duro, entre tantas. Desculpas, por quê? Um palpite: passou a ressaca, falou merda sobre a merda sob o efeito do álcool. É que o TSE não exige bafômetro em palanque.
Demagogia ou porre, latrina ou fossa séptica, Lula acertou na mosca que sobrevoa o excremento. A análise ignora sua contribuição à merda que condena: Mensalão, Petrolão, Empreiteiras, JBS, Dilma e Temer. Lula fez a merda atual e ativou o purgativo. Suas palavras podem mesmo substituir o dístico da bandeira: sai o Ordem e Progresso nunca respeitado e entra o “Este país não nasceu para ser a merda que é”.
O otimista diz que vamos comer merda.
O pessimista diz que não vai ter para todos.
Gostei! Obviamente não de Lula, expressão maior da nossa merda ambulante.