ROGÉRIO DISTÉFANO
Chamada no saite da Uol: “Temer cobra punição para criminosos”. Aquilo do escracho de Joesley Batista nos veículos da Globo. O presidente deveria baixar medida provisória proibindo o uso do verbo ‘cobrar’ quando ele for sujeito da oração.
O governo de Portugal abriu linha de doações para as vítimas do incêndio da semana passada: “6 euros + IVA”. A sigla depois da cifra é o imposto. Bem pensado, o imposto sobre a caridade.
Gilmar Mendes, o inefável, de novo: “Deus nos livre de sermos geridos por juízes”. Não posso dizer que discordo. Juiz é que nem criança, nunca se sabe o que pode vir deles, daí a comparação entre cabeça de juiz e bumbum de bebê. Terror de Gilmar, que se cacifa para coisa maior fora do Judiciário. Nunca seremos geridos por juízes, eles são espertos demais para meter a mão na massa fecal da política. Quanto a ser geridos por Gilmar, se não é provável, é muito possível.
Michel Temer processa Joesley Batista por danos morais. Danos à moral, isto sim, porque nessa briga quem perde é a moral.
Eduardo Cunha rebate Joesley Batista, direto da “masmorra do Brasil” (nome dado, com a ansiedade conhecida, por Rafael Greca): o delator da Friboi era, sim, velho conhecido de Lula, tanto que Cunha, Lula e Joesley encontraram-se algumas vezes para discutir o impeachment de Dilma. Lula e Cunha, entende-se, um é líder de partido e fiador da presidente, outro era o presidente da câmara dos deputados. E o açougueiro propineiro, estava ali para quê? Só aparecia para trazer a picanha?
As palestras de Dall’Agnol. Volta e meia a rede traz críticas petistas às palestras dos bã bã bãs da Lava Jato, seja quanto à facilidade com que as aceitam, seja pelo recebimento de honorários. Até a razão de falar de Lava Jato para cirurgiões plásticos, como aconteceu por estes dias com o procurador Deltan Dall’Agnol.
Sempre as ressalvas: 1) por que sair explicando o que está explicado na imprensa ou está explicado nos autos? Fica o ressaibo do protagonismo, defeito que não se aceita em profissionais da Justiça; 2) por que cobrar, ou na hipótese educada, por que receber honorários em palestras? O palestrar sem honorários até faria palatável o palestrar o tempo todo; o receber por explicar o exercício de atribuição funcional, não.
Tem a defesa do procurador, divulgada nas redes sociais: ora ele destina os honorários para o Hospital Erasto Gaertner, ora para um fundo de combate à corrupção. Não convence. Quer ajudar o Hospital, destine parcela de seu imposto de renda, até elevado pelo nível de ganhos de um procurador. Contribuir para fundo de combate à corrupção não faz sentido, pois os milhares de processos de improbidade que os vários ramos do ministério público promovem atendem mais que satisfatoriamente a necessidade.
Ou seja, ainda que se esfalfe em palestras, os honorários advindos não farão diferença. Então, fica o protagonismo que só alimenta não só as críticas de petistas como dá força ao mais forte dos críticos da Lava Jato e seus atores, o ministro Gilmar Mendes.
AS PETAS DOS LATAS
Esses deputados do Paraná são uns latas, só nos vêm com petas. Segui o xingamento da amiga Kátia Korn, lusitana de Cascais, sobre os deputados da terrinha: latas por lá equivalem a nossos caras-de-pau; petas são mentiras. Como essa peta do aplicativo de celular, que o areópago traiano lança com fogos e chabu para nos dar acesso às leis de defesa do consumidor.
Malandragem da grossa, Valdir Rossoni jamais faria isso. Isso a gente puxa pela internet, não precisa de ajuda de Alexandre Curi ou de Luís Romanelli. E que tem deputado estadual a ver com consumidor? Isso é assunto federal, está lá no saite da presidência desde os tempos de Dom Fernando Henrique.
O único assunto de consumidor que esperamos que os deputados do Paraná nos abram em aplicativo é o que eles consomem às nossas custas. Isso, fazem questão de esconder, não mostram nem para a sogra que encontram no centro espírita, a sogra fantasma.
Se há um consumidor que mereça ser protegido é o eleitor do Paraná. Parece piada: com Nelson Justus na presidência da comissão de constituição e justiça, a assembleia se propõe a ajudar o consumidor.