Estar com você é aventurar-me pelo Universo.
É muito difícil estarmos nós dois no mesmo ponto da viagem.
Temos diferentes formas de conduzir quem somos através da pessoa a quem nos doamos.
Cada um tem a sua expectativa, o seu medo e modo de encontrar-se.
E se no outro houver mais de mim do que dele próprio?
Movimenta-se o tempo, muda-se o espaço.
Nossas almas têm gravidade.
Umas mansas, outras graves.
Causamos marés um no outro.
O solo cardíaco não é ingênuo.
Terremotos podem, em segundos, desmontar ilusões, obrigando-nos a, às vezes sob a tempestade ainda, reconstruir a nossa linha da memória.
Mas, sim.
Vez ou outra as conexões podem ser facilitadas também.
Pelo quê, porém?
Por quem?
Os sentimentos, os olhares, os gestos.
Doçuras, corpos nefastos.
Quantos elementos se atraem ou se repulsam na galáxia pessoal?
Ah, experiência vivida!
O que se experimenta é estrela que continua a brilhar mesmo depois da sua própria vida.
Flutuamos, astros, pelo Silêncio até a constelação da pele alheia, regidos pela Lei dos Encontros e Desencontros, que convida-nos sempre à contínua tentativa de Si e do Estranho.
Para não me perder pelo Infinito, vou jogando pelo caminho histórias, amores e até um mito.
Eu só quero manter você dentro do meu Campo Gravitacional.