ROGÉRIO DISTÉFANO
“Não renuncio: se quiserem, que me derrubem” – Michel Temer, na Folha de S. Paulo. Seu grito contra os ingratos a quem auxiliou na derrubada de Dilma e que tentam derrubá-lo.
Tome de um fósforo, acenda o charuto, presidente, pois a mão que afaga é a mesma que apedreja.
Vai daqui, de consolo, a frase gringa, perfeita: No good deed goes unpunished, nenhuma boa ação fica impune. A boa ação foi dar o empurrãozinho na presidenta.
“Minha relação com ele [Rodrigo Rocha Loures] é institucional”. “Coitado, é bom rapaz, de boa índole, muito boa índole”. Palavras de Michel Temer sobre o deputado suspenso por ordem judicial.
O problema de Rodriguinho foi a má, muito má companhia, que usou o ‘coitado’ do rapaz e o deixou na mão. Poupo-vos de lembrar qual foi a má companhia do bom rapaz, quem o usou e despejou junto com a água da bacia.
Esse lero do ‘institucional’ não cola. A relação de Temer com Rodrigo é tão ‘institucional’ quanto a dele com Marcela, primeira dama.
“O que fizeram com o Brasil?” – Dilma de novo, a velha dama indigna, que devia ficar quieta no canto, ela e FHC, outro falastrão. A macaca não enxerga a própria raba. O que fizeram com o Brasil foi simples: terminaram o que Lula começou e você continuou.
Dilma está delusionada como sempre e se faz de esquecida de que Friboi e petrolão têm pai e mãe legítimos, nem carece mostrar o registro em cartório.
Mais uma vez obrigado Lewandowski, obrigado Renan, por deixarem Dilma com o título de eleitor, perdão, eleitora, porque para ela até estribo tem gênero feminino.
Porta arrombada, taramela nela. Renan Calheiros surfa na desgraça de Michel Temer. Diz que se a conversa de Joesley Batista fosse com ele, teria mandado prender o cara da Friboi.
Ah, bom, então por que não mandou prender seu ex-amigo e ex-senador Sérgio Machado, o presidente corrupto que pôs e manteve mais de dez anos na Transpetro?
Machado, lembro, gravou e entregou traficâncias dos honrados mafiosos de Brasília, inclusive mecê memo.
Não é porque Michel Temer está no bico do urubu que precisa escrachar. Rodrigo Maia, presidente da câmara, chegou de calção, camiseta e tênis, gordo como um castrado, para a reunião de domingo com Temer no palácio da Alvorada. O cargo impõe ‘liturgia’, dizia José Sarney.
Po’ pará. Coxinhas e mortadelas esvaem-se de indignação contra o ministro Edson Fachin pela liberação dos irmãos Batista, da Friboi, um deles para viajar aos EUA. Vamos lembrar algumas coisas do STF, diferentes no conteúdo e semelhantes na condução.
1 – O ministro Marco Aurélio mandou soltar o banqueiro Salvatore Cacciola, e este fugiu para a Itália, mesmo condenado no Brasil; deu um trabalhão extraditá-lo depois. 2) Os irmãos Batista não tinham ordem de prisão nem estavam condenados.
SE HÁ DÚVIDA na seletividade do tiroteio contra o presidente Michel Temer, veja-se que o ministro Henrique Meireles é poupado pela imprensa, tanto no jornal dos bancos, o Estadão, como no dos intelectuais, a Folha, ainda também no que manda, OGlobo.
Meireles, ministro da Fazenda, toca as reformas que interessam aos barões da imprensa, da indústria e da banca. Mas também foi, até antes de entrar no governo Temer, presidente do conselho de administração da Friboi, o grupo dos irmãos Batista.
Até agora nada existe contra Meireles. Mas ele estava perto demais do furacão para não sentir o torvelinho da corrupção. Chama a atenção no grampo de Michel Temer a quantidade de referências a Henrique Meireles por Joesley Batista, o grampeador-açougueiro.