18:26O voto vai para o ‘nosso corrupto’

por Clóvis Rossi

Há uma contradição aparentemente insanável nos números coletados pelo mais recente Datafolha, publicados no domingo (30) : Luiz Inácio Lula da Silva é apontado como chefe do governo campeão no quesito corrupção, mas, ao mesmo tempo, lidera a corrida presidencial.

Suponho que os antilulistas terão uma de duas reações ou ambas: ou o povo não sabe votar e/ou não se importa com a corrupção.

Acho que não é bem assim. Se não se importasse com a corrupção, não teria havido a queda na pesquisa tanto de Geraldo Alckmin como de Aécio Neves, enrolados como Lula na Lava Jato.

E Marina Silva, não envolvida pelo menos até agora, não seria a única política capaz de ficar na frente de Lula num hipotético segundo turno.

Para explicar a contradição, recorro antes a uma lenda urbana que corria, nos anos 60, na redação do Estadão.

O jornalista português (e comunista) Miguel Urbano Rodrigues era o principal editorialista do jornal. Não me pergunte como um comunista podia escrever editoriais para um jornal ferozmente anticomunista. Nem Freud nem Marx explicariam.

O fato é que, à certa altura, houve uma ameaça da ditadura da época de prender Miguel Urbano. O diretor e grande patriarca do jornal, Júlio de Mesquita Filho, reagiu com a seguinte frase, segundo a lenda: “É comunista, mas é meu comunista”.

Miguel Urbano não foi preso. Júlio de Mesquita Filho fora um dos principais conspiradores para o golpe e, por isso, era respeitado pelos militares.

No caso da pesquisa Datafolha, suspeito que a fatia dos eleitores que quer votar em Lula pensa algo parecido: Lula pode ser corrupto, mas é “nosso corrupto”.

Elaborando um pouco: uma parte substancial do público acha que todo político é ladrão. É um preconceito e, como todo preconceito, é injusto. Mas é uma sensação disseminada não é de hoje e não é só no Brasil.

Se todo político, na visão popular, é ladrão, então o voto vai para o político mais próximo do povão, na linguagem, nas origens (por mais que delas se tenha afastado bastante) e no fato de que seu governo melhorou a vida de uma parcela da população.

Se é apontado como corrupto, paciência. Os outros também não o são?

4 ideias sobre “O voto vai para o ‘nosso corrupto’

  1. Sergio Silvestre

    A mídia sempre elegeu seus confrades,mas de um tempo pra cá o povo estudou e está pensando algo como eu também penso num raciocínio assim.
    O Cunha,Serra,Alckmin,Aécio e outros moram em mansões,seus filhos são biliardários,eles tem contas em paraísos fiscais,roubam escolas,roubam merenda,roubam até APAES,são ricos e parecem ricos.
    O Lula supostamente tem um sitio,um apto num prédio esquisito tipo caixão de abelha,tem modos simples,mentiram demais sobre seus filhos e foi morar no mesmo apto simples no ABC,não foi morar em Paris ou em Miami como muitos o fazem.
    Nota-se um noticiário parcial,juízes ,procuradores e delegados partidários,golpistas,anti-democráticos e um congresso e senado bandido,.
    Então,vocês achariam que o povo a vida inteira ia ser guiados como bando de cabras por um pastor ou tutor?
    Para ai né gente,aqui não tem mais idiotas,sabemos que o Juiz Moro fez no verão passado,sabemos como é megalomaníaco o tal Dalagnol.
    Nesses treze anos foi constatado um grande numero de fascistoides proliferando em grandes centros,mas um grande numero de jovens pobres conseguiu galgar as universidades e ter noção de politica e como é seu jogo sujo.
    Hoje uma mídia fincada em redes sociais estão derrubando os barões,estão fincando estacas em sangue-sugas que outrora ditavam regras.
    E bem lá num limiar de 2018,já no crepúsculo de sua vida todo líder volta aos braços do seu povo,para depois ir para historia como o maior presidente de todos os tempos .

  2. TOLEDO

    Silvestre, o Colubiazol é divino. Trata-se de um concurseiro, igual ao Moro, que se acha o Messias.

  3. TOLEDO

    Esse é o Batista que foi fazer uma palestra e os batistinhas vazaram e ele ficou sozinho. Ele é do MPF , amigo do careca albino. Um bando de Piá de Prédio que são coleguinhas do Moro.

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