Em oito anos, a Odebrecht distribuiu R$ 8 bilhões em propinas aqui e em vários países do exterior. Até agora não se sabe de quanto foi o retorno, o resultado da política do “é dando que se recebe” – e muito menos quanto corrompeu e faturou desde antes de Mario Reis revolucionar a maneira de cantar no Brasil e se tornar o primeiro mestre que João Gilberto ouviu com atenção. Foi sempre a prática, segundo Emilio Odebrecht, o que recebeu esta “herança” do pai e passou para o filho, o Marcelo, este que está na cadeia em Curitiba porque ampliou e modernizou a sistemática do “corrompe, mas faz” a níveis estratosféricos. Agora a empreiteira baiana aumentou os gastos para tentar convencer de que é uma empresa ética. Muito bem! Para limpar a sujeira daqui e acolá, gasta um pouco do que superfaturou em obras públicas e ainda sai divulgando por aí, numa estratégia que só os tapados engolem – alguns com a desculpa de que uma empresa gigante e internacional não pode fechar por causa dos crimes que praticou junto com os bandidos que têm a chave do dinheiro público, ou seja, aquele que a ninguenzada encaminha aos cofres de governos desde sempre. Não há água e sabão no mundo que lave essa sujeira. Sim, a Odebrecht vai sobreviver, assim como o país, mas ela continuará com o carimbo na fachada identificando a mais corrupta das empreiteiras do mundo, mesmo que compre asas, indumentária de anjo e se apresente com aquela cara que todos os safados têm – para enganar trouxas.