de Fernando Muniz
Passos precisos desfilam pelo palco, em uma rotina isenta de improvisos, que não admite falhas e só recompensa o que soar perfeito.
Ela parece nem respirar. Não pode ser deste mundo, ou em qualquer lugar conhecido. Seus movimentos parecem fáceis, simples de executar. Tudo leva a crer que são naturais, até porque executados por uma criatura frágil, uma criança, de pele alva, cabelos negros e olhos repuxados, feito boneca de porcelana.
Piruetas, flexões e contorcionismos, embalados por uma música plácida, que imita a natureza, servem ao deleite dos que reconhecem o quanto vale a dedicação às aulas e ensaios, traduzida em performances plenas de flores e aplausos.
Graça tocante, nos limites do belo absoluto. De uma infância perdida.