Alexandre de Moraes – Foto de Sergio Lima/Poder360
Rogério Distéfano
RELEVEM A INSISTÊNCIA, gostaria de não escrever mais sobre o ministro da Justiça, candidato ao STF. Acontece que o cara não ajuda, é daqueles que deixam escapar a tartaruga, a única sob sua responsabilidade. Não dá uma dentro. A última, o passeio de chalana com senadores no Lago Sul, em Brasília. Os varões assinalados a fazer a sabatina pré-sabatina. Dentro de um barco, longe da imprensa, dos fotógrafos e dos grampos. Os jornais divulgaram versões da conversa, obviamente fornecidas pelo ministro – ou por aquele assessor que escreveu as “absurdas mentiras”.
Por que homens públicos se reúnem em privado – em segredo, na verdade – para discutir assunto público, que a Constituição exige seja tratado em público, a sabatina no Senado? Por que estes homens públicos, o ministro entre eles, comportam-se como as mulheres públicas, que têm que se encontrar às escondidas, longe dos olhares da moralidade e da decência? As mulheres públicas recebem pela entrega da moral e o cliente paga pelo ganho do prazer. Diferença entre o encontro no barco senatorial e o encontro no bordel? Uma: o cliente paga com seu dinheiro, não com o nosso.
O que perguntaram ao ministro? Na versão que chega até nós, coisas triviais, como sua postura sobre a Operação Lava Jato, onde estão enroscados onze dos quatorze senadores que irão sabatinar o ministro na CCJ. Consta que o clima esquentou quando o ministro se recusou a responder. Nem o mortadela mais fedido de alho e pintalgado de toicinho compra essa história. A menos que senadores e ministros estivessem negociando proteção recíproca.
Outra questão, relevante: se o ministro, quando no STF, receberia os senadores em seu gabinete, não no Salão Branco da casa, expondo-os em vitrine.
Sim, o ministro irá recebe-los no gabinete. Afinal, o que é um gabinete para quem se reúne em barco, no meio do lago? Alguém leva a mulher pública para transar na praça? Os senadores querem conversar com o ministro Moraes sob a penumbra cúmplice do gabinete, sem os olhares sempre curiosos de Brasília. Aqui no Brasil a gente perdeu – alguma vez tivemos? – a capacidade de estranhar a reunião a portas fechadas entre um senador e um juiz do STF. Não estranhamos porque o mais falador dos ministros do STJ foi à casa do presidente da República para indicar candidato ao STF. Qual indicado? O ministro Alexandre Moraes.
Nossos homens públicos não têm a noção do simbólico. Reunião em barco remete ao privilégio e à riqueza de servidores eleitos pelo povo a tratar de assunto de interesse do povo. Dois senadores da reunião são ricos, de riqueza privada: Sandro Mabel, fabricante de biscoitos, e Zezé Perrela, que subiu às paradas como dirigente esportivo e locador de helicóptero apreendido com carga de cocaína. Nessa hora o inconsciente nos trai e nos remete à série policial CSI:Miami, dos iates cheios de mulheres fáceis e drogas difíceis, todas ilícitas. A gente não tem mesmo domínio do inconsciente. Nem o domínio dos senadores.
Prezado Rogério. O ilustre ministro é do PSDB. Como todos sabem é um partido imaculado e jamais envolvido em corrupção. Não há o que temer. E se houvesse, não viria ao caso. Saudações.
Tudo intriga,os senadores e afins que estavam na casa flutuante,falavam do pintassilgo que teve um mal subido ao ouvir o estampido da rabo de cotia.Os velhos desbravadores do Parana do Norte saberão bem o que significa isso.
Alguém que já viveu lá, pode me informar como é morar na Costa Rica? Custo de vida, atenção médica…
Este barco onde se reuniram, certamente não afundaria, pois estava cheio de b….
Lembram da marchinha carnavalesca do pó royal: O Pé rela no pó …..