Do site O Antagonista
No despacho em que libertou executivos do setor de propina da Odebrecht, Sérgio Moro falou da “louvável mudança de postura” da empreiteira. O Antagonista espera que Moro não se deixe enganar.
A Odebrecht não merece confiança, como demonstra matéria publicada na Folha em 1994. O grupo falava em arrependimento e nova postura na relação com os políticos há mais de duas décadas.
Tirem suas próprias conclusões:
“Desgastada pelas denúncias de corrupção, a Odebrecht intensifica a campanha para tentar reabilitar sua imagem junto ao público. O convite a um grupo de jornalistas para visitar recentemente as obras da empreiteira em Miami faz parte dessa estratégia.
O programa de relações públicas da Odebrecht deve ganhar impulso em março, quando será inaugurada em Campos, no Rio, a maior plataforma de exploração de petróleo do mundo, que a Odebrecht construiu. Depois do evento, a empresa vai trazer para o Brasil jornalistas da grande imprensa internacional. Além disso, as comemorações dos 75 anos da fundação do grupo deverão incluir intensa campanha institucional.
A Odebrecht tem orçamento anual de US$ 1 milhão para esse tipo de programação. A verba é administrada por uma diretoria de comunicação social –criada em 92, quando as acusações começaram a se avolumar– e não inclui gastos com a propaganda veiculada para negar denúncias que vêm à tona.
A Folha apurou que a diretoria da Odebrecht fez uma reunião em dezembro para decidir qual iniciativa tomar em função das denúncias. Os diretores concordaram que, a partir de agora, não mais aceitarão abordagens de parlamentares que possam colocar a empresa na posição de refém de uma situação.
Chegou a ser cogitada a hipótese de se assumir publicamente a opção, o que daria maior credibilidade à tentativa da empreiteira de se adptar aos novos tempos, marcados pela maior transparência do processo de licitação pública. A Odebrecht, no entanto, preferiu não ir tão longe para não permitir a interpretação óbvia, de que tal colocação implicaria admissão de culpa.“
E ele Sergio Moro, coitado, acreditou no primeiro acordo de delação premiada com Alberto Youssef, que voltou a delinquir após o Banestado OLVEPAR.
E aí veio o Mensalão e Petrolão.
Com isso ele deverá dar início às obras do Justição.
Esses velhos safados da Odebrecht, diretores e empresários “bem sucedidos”,que deveriam dar exemplo a suas famílias, filhos e netos e a todos os jovens da sociedade – afinal as empresas tem uma função social, está na Constituição – estão dando esse nefasto e escabroso escândalo de roubo e malversação de dinheiro público, para uso politico e particularíssimo. É preciso enfatizar – e de modo geral, isso não está sendo feito – não só os corruptos como os corruptores, são irmãos siameses, um não existe sem o outro. Cadeia, sem dó nem piedade, para todos. E cadeia longa.
Nem o Papai Noel acredita nesse “papo magro” da empreiteira que tem a corrupção no seu DNA. Quem é do interior sabe que “porca que come pinto é só matando”. O Moro não pode se fazer de tolo e acreditar nesses que se dizem regenerados.