De um de teus pátios ter olhado
as antigas estrelas,
de um banco na sombra ter olhado
essas luzes dispersas,
que minha ignorância não aprendeu a nomear
nem a ordenar em constelações,
ter sentido o círculo da água
no secreto poço,
o aroma de jasmim e madressilva,
o silêncio do pássaro que dorme,
o arco do saguão, a umidade
– essas coisas, talvez, são o poema.
“O Sul”, de Jorge Luiz Borges, no livro “Primeira Poesia”
“La belleza es ese misterio hermoso que no descifran ni la psicología ni la retórica”, apostofrou algures o outro Borges.