Rogério Distéfano
Renan Calheiros construiu, auxiliado por “ministro do Supremo” – diz o noticiário –, a solução de ser afastado apenas da linha sucessória da presidência da República, mantendo-se na presidência do Senado. Solução parecida com a que o ministro Ricardo Lewandowski, junto com Renan, engendraram para o impiche de Dilma: perde o cargo, mas não perde os direitos políticos.
Se as digitais de Lewandowski não aparecem nítidas, o outro palpite seria Gilmar Mendes, que reagiu contra a liminar do colega Marco Aurélio sugerindo ser este inimputável, louco, no mínimo passível da perda do cargo (felizmente com aposentadoria compulsória). Mas seria injusto indicar só Gilmar, porque tem outros, simpatizantes do status quo.
No Supremo existe o eixo conservador, que blinda os políticos como Renan. Já votaram para safar Renan ainda recentemente os citados Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli – este segura há um mês processo contra o presidente do Senado. Como ninguém tem mais força que Renan, dotado de excelente assessoria até no STF, temos para frente uma solução brasileira.
Solução brasileira é a soma zero made in Brazil. Um gênio gringo inventou a equação pela qual benefícios e malefícios se anulam. Foi o Brasil, pelas zelites, que empiricamente construiu a soma zero tabajara. Hoje poderá acontecer de novo, há fortes indicativos de que mais uma vez teremos a soma zero. Porque zero é o número milagroso da nação brasileira.