Mensagem enviada por Ênio Verri, presidente do PT-PR e Zuleide Maccari – Secretária Estadual de Organização do PT-PR :
No apagar das luzes da administração de Gustavo Fruet (PDT) na Prefeitura de Curitiba, uma polêmica desnecessária se instalou a partir da negativa do secretário municipal de Governo, Ricardo MacDonald Ghisi, em publicar três decretos assinados na semana passada pela então prefeita da cidade em exercício, Mírian Gonçalves (PT), eleita democraticamente vice-prefeita do Município, em 2012, em aliança programática ao lado do partido de Fruet.
Os decretos tratam:
1. Da homenagem póstuma ao advogado trabalhista e jornalista paranaense, Edésio Franco Passos, solicitando providências do IPPUC – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – para colocação de um busto na Praça Santos Andrade, como referência à atuação acadêmica, jurídica e cívica de Edésio Passos em defesa das liberdades democráticas e dos direitos dos trabalhadores do Paraná;
2. Da exclusão das anotações de faltas ao trabalho dos servidores públicos municipais que participaram de atividades de greve especificadas no documento e, por fim…
3. Da declaração de utilidade pública para fins de moradia popular, dentro dos princípios da função social da propriedade urbana, de imóveis que somam uma área de 210 mil metros quadrados na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), beneficiando e assegurando medidas no sentido da garantia de moradia digna para mais de 1.300 famílias, que se encontram na iminência de serem despejadas das ocupações de Tiradentes, Nova Primavera, 29 de Março e Dona Cida.
Se existe uma dívida social que só aumenta em Curitiba e especialmente dentro do modelo elitizado de favorecimento à especulação imobiliária, aos donos da cidade e grupos empresariais que dominam as políticas públicas urbanas do meio ambiente, lixo, transporte coletivo e ocupação dos espaços é o descaso com a habitação de interesse social. O que foi feito nos últimos anos com mais vontade política em resolver a problemática do déficit habitacional se deu em função dos incentivos e programas dos governos petistas de Lula e Dilma, com recursos do PAC e do Minha Casa, Minha Vida.
A companheira Mírian Gonçalves tem mais de 35 anos de atuação na defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras do Paraná, dos movimentos sociais de luta pela moradia e expressa com precisão a luta do PT pela dignidade, qualidade de vida, respeito, cidadania e participação popular, que resultam em desenvolvimento social. Não há sentido administrar as cidades se não for para priorizar e atender quem mais precisa do poder público e dos programas sociais dos governos.
Todo apoio à companheira Mírian e que os ouvidos do prefeito Gustavo Fruet se sensibilizem para encerrar com essa marca de sucesso, cidadania, promoção e inclusão social, uma administração que tinha por objetivo primeiro a inversão das prioridades. Ou os resultados das urnas nas eleições municipais deste ano terão sacramentado não apenas a injustiça, mas também um fracasso dessas políticas inclusivas pela desilusão e a frustração das expectativas da população curitibana.
Esta área não sairia por menos de 150 milhões de reais ao povo curitibano.
Um recurso que pode por exemplo acabar com o problema nas creches, construir e manter por uns 10 anos umas 20 unidades de saúde.
Este tipo de promoção de moradia acaba sempre deixando uma alta conta para o poder público, pois nunca existe a contrapartida da população atendida.
Deve ser tema bem claro nas campanhas políticas, para que a população possa escolher se é este o uso que quer para seus recursos. Certamente não pode ser decisão de última hora para promover futura demanda de escritórios de advocacia.
1. O arrazoado tem falha imperdoável: omite que Edésio Passos abrigou Mírian Gonçalves como advogada em seu escritório. Depois disso, Mírian subiu às estrelas e estrelou na prefeitura. Só isso é suficiente para justificar o busto de Edésio na praça.
2. Se no “apagar das luzes” o secretário MacDonald recusou publicar os decretos foi porque ao baixá-los – no apagar de suas luzes – a vice-prefeita Mírian deixou a conta pesada para o próximo prefeito. Que não está nem um pouco obrigado a construir as moradias e pagar a indenização do terreno.
Moral da história que o diretório do PT faz de conta que não vê para que não vejamos: Mírian tentou um brilhareco de última hora. Feio, muito feio, assim na surdina. Igual ao lance de baixar a passagem de ônibus de um vice-prefeito de antanho, que com o gesto travou a gestão de Fruet/Mírian. Lembram? Chamava-se Beto Richa.
3. Os “35 anos da companheira Mírian” representam cheque em branco para ela fazer o que bem entende? Mais do mesmo,o petismo chorão quando apanhado em falseta: sempre joga a carta do chororô da boa intenção.
4. Bolodório da velha cepa do esquerdismo de centro acadêmico, inclusive com aquela barbaridade gramatical das “1300 famílias que se encontram na iminência de serem despejadas”. Serem despejadas?
Ah, esse PT que não se reinventa.
Miriam, a breve.
Da maneira com que apareceu, desaparecerá da cena política.
Esse avanço nos cofres públicos no apagar das luzes do governo municipal é improbidade a Lei de Responsabilidade Fiscal proíbe. Mas ela já deve estar com.tudo negociado no Poder Judiciário