Rogério Distéfano
Efeito Caloi
Dilma chegou à seção eleitoral de bicicleta, às pedaladas, força do hábito.
Monarquia de Curitiba
A república de Curitiba está com os dias contados. Não se preocupem que o juiz Sérgio Moro, da outra república, está garantido. Refiro-me à república municipal, com a possível mudança de prefeito. Esta não terá mais o modelo republicano, mas o monárquico. Gustavo Fruet fora, será monarquia. A dúvida está em se teremos rei ou príncipe.
Se for rei, ele irá acumular as funções de rei-prefeito e de rei-momo. Se for o príncipe, será como o da Inglaterra, cansado, ansioso e sofrido pelo tempo que espera para subir ao trono, a mãe não morre nem desocupa a moita.
O príncipe oferece vantagens: controla o peso, portanto não nos custará – em tese, sempre na tese que será furada – diárias elevadas de comida, gasolina e viagem de avião, o lance do sobrepeso. Além disso, apesar da antiguidade na espera, não gosta de antiguidades, nem próprias, nem alheias.
Faltou a casa
Estava preparado para votar em Ney Leprevost no segundo turno. Li a carta de compromisso com o povo curitibano, que ele registrou em cartório – para quê gastar com cartório; Beto Richa registrou a dele, dizendo que não iria renunciar à prefeitura e renunciou à renúncia (Beto tem mais tretas na língua que político de comédia). Escritura de cartório pode ter fé pública para tudo, menos para a política. É papo furado, lorota, ouro de tolo.
No fim da carta desisti de votar em Leprevost. Razão: tantos compromissos e faltou o principal, de abrir sua casa à visitação antes de assumir e depois de deixar a prefeitura. A Casa Klemtz criou jurisprudência. Doravante qualquer candidato a prefeito terá que abrir sua casa antes e depois de assumir. E durante o mandato, assim tipo festa junina.
Em tempo, ontem às 8 da noite Leprevost abriu a morada. Mas só para o pessoal que trabalhou na campanha. Povo que é bom não tinha lá. Nem blogueiro fofoqueiro.
Sayonara
FINALMENTE descobriram os japoneses, ou os nipo-brasileiros. A novela Sol Nascente, da Globo, com o romance entre Hirô e Hiroshi, ela representada por Carol Nakamura, ele por Dan Nakagawa, cantor paulista. Presente o cacoete Caminho das Índias, com os costumes, as roupas, comidas e conversas com tempero do Leblon.
A Globo continua engessada no elenco de sempre, dos atores que só mudam roupa e nome. Vejam o tio de Hirô, Kazuo Tanaka, no papel o curitibano Luís Mello, cuja maior proximidade com os japoneses foi no Mercado Municipal; sequer cruzou de passagem Assaí ou Astorga. Mello sem dúvida é versátil e plástico, um camaleão cenográfico. Mas japonês?
Se faltam galãs japoneses na Globo, aqui em Curitiba sobram japoneses galãs. Conheço alguns deles e garanto que não fariam feio em qualquer novela. Por exemplo, como pai de Hirô, recomendaria o advogado Renato Kanayama, rígido e solene como qualquer pai samurai. Por sinal pai de filha mais linda que Carol Nakamura.
Para tio da bela Hirô Tanaka, ninguém melhor que Ítalo Tanaka Jr., o guru legal de Gustavo Fruet. Apesar de Ítalo, ele é Tanaka de nome, japonês de pai e mãe, autêntico, se bobear meio parente da personagem. Como Hiroshi, o namorado, não tem outro: o jornalista Heitor Hayashi, marombeiro, maratoneiro, harleyro, rabo de cavalo e jaqueta de couro surrada.