10:43DEDO NA GOELA

Rogério Distéfano

Assim falou Zarabeto

Como diria o titular do blog, o jornalão da família curitibana berra na manchete que só 0,13% dos curitibanos contribuíram para financiar a campanha municipal. Um sucesso de inocência ou de cumplicidade: uns gostam de jogar dinheiro fora, outros pretendem tirar dinheiro de dentro – da prefeitura. Não nos enganemos. Curitibano é parecido com mineiro só na desconfiança. Ao contrário do mineiro, não é solidário nem no câncer. O que o jornalão deixa de registrar é se a contribuição foi em dinheiro ou em antiguidades.

Carteiraço

Dilma conseguiu sua aposentadoria em uma hora, no dia seguinte ao do impeachment, quando nem era mais presidente. A imprensa de direita cai de pau nela, no ministro da previdência – que nem era mais ministro -, o motoqueiro Carlos Gabas, e nos quatro funcionários petistas do INSS que concederam carimbaram a aposentadoria da ex-presidente.

A grita direitista lembra que em tempo normal, para o povo normal, a aposentadoria sai em 115 dias (no valor mais baixo possível, podada e retalhada para não comprometer o déficit da previdência, e exige recursos e ações judiciais para fixar o valor correto; daí os 115 dias viram 3.650, e mais 3.650 se cair no precatório. A grana fica para o neto).

A pergunta: só Dilma deu e dará carteiraço neste país, só ela usou tráfico de influência? Tem coxinha por aí acumulando aposentadorias ilegais, com cálculo turbinado. Querem pegar Dilma? Então confiram o cálculo da aposentadoria.

Na PUC

Michel Temer votou em sua seção eleitoral, na PUC/SP, a universidade em que começou as carreiras docente e política (as duas se fizeram juntas, a segunda ligada à primeira). Em tempos de Macaco Simão, a piada vem pronta. E pobre: Temer votou na PUC que o pariu.

Colinha eleitoral

Marcela Temer, a primeira dama, votou separada do marido. Ele saiu mais cedo, só precisou fazer a barba e escovar os dentes. Ela perdeu duas horas retocando o toque casual e despojado. Teve sorte de o marido não ser candidato. Se fosse precisaria de espelho retrovisor para ler o nome ‘Michel’ tatuado na nuca.

Macacos me mordam, como dizia o tio dos Sobrinhos do Capitão, se consigo entender (1) a tatuagem, (2) o lugar da tatuagem e (3) por que uma mulher belíssima compromete sua pele delicada e maravilhosa com mancha num ponto tão valorizado da plástica feminina.

Se acaso consultado, o psicólogo-irmão-ex-administrador portuário do Paraná enquadraria a moça, como enquadrava a todos, como quem odeia a si mesmo. É isso, a primeira dama deve odiar a si mesma. Bobagem, ela é muito amada.

Maquiavel para tongos

TADEU VENERI e seu vice rechaçam propaganda apócrifa de adversário de que estaria sendo ‘cristianizado’ (vão ao Gugle, crianças) pelo PT da vice Mirian Gonçalves. Segundo a propaganda, o PT/Mirian busca o voto útil, antecipando a derrota de seu candidato. Como diria de novo o titular da casa, pode ser tudo e pode ser quase tudo.

Pode ser porque não seria a primeira vez. Lembro quando o PT queimou a candidatura de Emmanuel Appel ao Senado em favor de candidato de outro partido – o ‘centralismo democrático’ decidira que era melhor eleger o outro, já que Appel não tinha como se eleger. Também pode não ser, ou ser medida de contrainsurgência, comum tanto na guerra como na política.

Funciona assim. (1) Um dos partidos em disputa diz que o outro partido recebe voto útil do PT para jogar os inimigos do PT contra o adversário. (2) O partido adversário acusa o outro adversário de espalhar que seu candidato recebe voto útil do PT para tirar seus votos (do partido primeiro adversário. Eta língua, essa nossa).

(3)  O PT inventa a jogada para mexer com o bom mocismo curitibano e tirar votos dos candidatos majoritários que se adversariam. (4) A ala Veneri, sabendo perdida a eleição, joga farofa no ventilador para esmerdear todo mundo, principalmente a ala Mirian. (5) A ala Mirian, pensando mais na frente no partido, tenta detonar a ala Veneri, que virou o Rúbens Bueno do PT, sempre o Zéquinha majoritário do partido.

Se você não entendeu nada, sugiro a receita de mestre Benett, o gênio do cartum político: (1) votar branco, (3) votar nulo ou (3) vomitar. Eu entendi. Na dúvida, estou de joelhos na patente, dedo enfiado na goela.

Uma ideia sobre “DEDO NA GOELA

  1. joao marcos

    A política é um jogo, uma arte que tem por objetivo privilegiar os interesses de permanecerem no poder.
    Entendemos que o voto não é uma ação que implica num modo de investimento para os que praticam tal ato, visto que a sociedade é preterida, usada, e manipulada com a frase do sufrágio universal.
    Os verdadeiros beneficiados são os profissionais da política, fazem disto um maneira, modo de vida.
    Ou por vias indiretas constituem uma consultoria com amplo acessoS irrestritoS O SUCESSO financeiro GARANTIDO.
    Lógico, existe o risco calculado de vir a ser pego, porém, se começar a falar haverá uma grande chance de sobrar uma poupança bem camuflada.
    Isto chegamos a conclusão que o modelo político é falido, controles inócuos.
    Temos de pensar em um outro modo que tragam melhores resultados sociais.

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