8:54CADA DIA A MESMA AGONIA

Rogério Distéfano

Fuzil e coca

O governo da Colômbia assinou o acordo de paz com as Farc, a guerrilha do país, com caneta feita de cartucho de fuzil. Se os participantes e convidados também cafungassem cocaína estaria no padrão do evento. Porque os guerrilheiros financiavam suas operações cobrando proteção dos narcotraficantes colombianos.

Parole, parole, parole

Michel Temer escolheu para porta-voz do governo o diplomata Alexandre Parola. Dá rima e dá solução: parola é palavra, em italiano; e diplomata dá certo em funções nas quais se usa a palavra para disfarçar o pensamento.

Catador e o pensador

Um catador de recicláveis de Brasília devolveu os US$ 1,400 que encontrou no lixo. Impressionado, o cantor Gabriel, o pensador, cotizou-se com amigos para doar R$ 10 mil ao rapaz, que vive em favela com mulher e filha.

Honesto, sim, cheio de méritos, sem dúvida. Mas não foi isso que motivou o gesto de Gabriel. O cantor impressionou-se ao encontrar em Brasília gente honesta. Há de ter, claro, mas os exemplos que vêm de cima não frutificam.

Dona Safadona

Dona Bill (PR/CE) teve sua recandidatura a vice-prefeita de Aracoiara cassada pela justiça eleitoral. Abuso de poder econômico e uso de facilidades do município na campanha. Dona Bill é mãe do cantor Wesley Safadão. Mãe seguir exemplo de filho não dá certo.

Ele é Bob

Severino Folador tem cargo em comissão do governo estadual em Cascavel. Nesta semana, Severino ameaçou cortar a língua, o pescoço, só deixou de fora a badalhoca do jornalista de Cascavel, que lhe vinha pentelhando. Severino trabalha para Beto Richa – de cara parece irmão mais novo de Valdir Rossoni.

Severino nem deve saber, está no fundo de sua alma, naquele fundo bem fundo, escuro e tenebroso como todo fundo de alma: ele é Roberto Requião. Os modos, as palavras, a classe, a gentileza, o tom civilizado e republicano diante da crítica não são de mano de Beto, mas de parça de Requião.

Pegou, não larga

RAFAEL GRECA mudou um pouquinho: já escolhe mendigo cheiroso para abraçar. Pode ser eleito – aqui no condicional eleitoral. Pode emagrecer, ganhar um corpinho enxuto como o de Leandro Hassum, o ex-gordão que hoje posa meio pelado. Pode deixar a ‘minha Margarita’, quase missão impossível, e num desvario de mudanças casar com Val Marchiori, o que nos dará o direito de dizer ‘nossa Val’. Ele pode virar ao avesso, controlar a língua, falar menos que político mineiro. Pode tudo isso, mesmo vir a ser um bom prefeito.

Pode ser absolvido no episódio das antiqualhas da Casa Klemtz, no momento inocente até prova em contrário. Mas a Casa Klemtz não lhe sairá da pele. Pegou e vai ficar. Calúnia e difamação, mesmo inocentado pelo Santo Ofício, não se livrará da pecha de antiquário – aliás, profissão alternativa para ele. Diziam os antigos que a difamação – pior que a calúnia, pois não tem prova em contrário – é como o travesseiro de penas exposto ao vento: pode-se recolher quase todas, mas uma pena sempre fica, perdida, sempre a fazer estrago na biografia.

 

Uma ideia sobre “CADA DIA A MESMA AGONIA

  1. Zé Povinho

    Infelizmente para o ex-prefeito a vaidade é proporcional ao seu peso corporal, aí fica difícil de controlar. Nunca ouvi falar de jejum de vaidade, pior para o ex-prefeito.

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